Produção Interna
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DOCUMENTÁRIO NORDESTINO: MAPEAMENTO, HISTÓRIA E ANÁLISE
Karla Holanda
Annablume/Fapesp. ISBN: 978-85-7419-890-3. Português, 172 pp., 2008.
Pode-se dizer que o ponto forte do trabalho de Karla Holanda está em sua opção por um foco bem recortado, além de inédito. Seja no corte temporal, analisando o período chave da consolidação da ‘retomada’ no campo documentário; seja no corte geográfico, que torna possível uma visão sincrética, mas exemplar, do tipo de cinema que se pretende abordar. A proposta é clara e creio que defensável em todos os pontos de vista (…). Seu trabalho – de modo honesto, restrito e preciso -, envolve uma atividade de pesquisador que salta aos olhos, trazendo contribuição significativa aos estudos de cinema no Brasil, seja pelo conteúdo apresentado, seja pelo método que aplica para obtê-lo. (Fernão Pessoa Ramos)
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FEMININO E PLURAL: MULHERES NO CINEMA BRASILEIRO
Karla Holanda e Marina Cavalcanti Tedesco (orgs.)
Papirus Editora. ISBN: 978-85-449-0265-3. Português, 240pp., 2017.
“Este livro nos mostra uma face oculta, o outro lado da lua no cinema brasileiro, uma história que, por décadas, foi contada na mão única do recorte dominante, deixando de lado a questão de gênero e, particularmente, a dimensão da participação feminina. Não seria a mulher o grande “outro” do cinema brasileiro, já que a questão da alteridade diferencial lhe parece intrínseca e irreconciliável? Certamente não se trata da única cissura, mas sua invisibilidade é escandalosa.
O percurso que extraímos do conjunto de ensaios aqui reunidos é significativo. Levanta de modo frontal não só a presença, mas também o movimento de negação sublimadora da força criativa da mulher no cinema. Mostra que a postura de ignorância não pode mais se sustentar. Reflete a dificuldade de aceitar as especificidades de gênero e o fato de que a própria obliteração do recorte excludente é uma discriminação. Então, quando os portões se abrem e o fundo da sala é clareado, insuspeitas criaturas vêm à tona em atitude de poder, com suas imagens, seus filmes, as diversas facetas diferenciadas, as sensações e percepções próprias. Ao colocarmos o dedo na ferida do gênero, ainda mais dilatada quando atravessada pela questão racial, não é necessário esquecer outros continentes da alteridade, como a questão de classe, que certamente a ele vem agregar-se. Antes dissimuladas, agora políticas de exclusão e preconceito tornam-se evidentes, orientando para um só lado a recepção, ainda que involuntária, da realidade que nos cerca.
O principal mérito do livro é, nesse sentido, evidenciar o reiterado desvio de rota, a banalidade do mal que cerca o “ver ignorando”, a negação ao acesso. É algo que nos permeia como natural, sem que percebamos. São reveladores, nos levantamentos arqueológicos em torno do que sobreviveu, não só o registro, mas a obra que insiste. Resultado da vontade e da pulsão que conseguiu ultrapassar barreira fixando expressão – diferenciada ou não, pouco importa; o que conta é a dimensão de intervenção que o conjunto dos textos propõe, para além de seu movimento de resgate e reavaliação.” (Fernão Ramos)
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STARS AND STARDOM IN BRAZILIAN CINEMA
Tim Bergfelder, Lisa Shaw e João Luiz Vieira (orgs.)
Berghahn Books. ISBN: 9781785332982. Inglês, 302pp., 2016.
Despite the recent explosion of scholarly interest in “star studies,” Brazilian film has received comparatively little attention. As this volume demonstrates, however, the richness of Brazilian stardom extends well beyond the ubiquitous Carmen Miranda. Among the studies assembled here are fascinating explorations of figures such as Eliane Lage (the star attraction of São Paulo’s Vera Cruz studios), cult horror movie auteur Coffin Joe, and Lázaro Ramos, the most visible Afro-Brazilian actor today. At the same time, contributors interrogate the inner workings of the star system in Brazil, from the pioneering efforts of silent-era actresses to the recent advent of the non-professional movie star.