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Corpo Discente – Doutorado

Apresentamos as pesquisas desenvolvidas no Doutorado do Programa de Pós-graduação em Cinema – PPGCine para as duas Linhas.

L1Narrativas e Estéticas

  • Adriano da Costa BidãoAno de entrada: 2023

    Título – “Os meios de transporte no cinema brasileiro: veículos de mobilidade como elementos de territorialidade, afetos e subjetivação no espaço fílmico”

    Resumo: A relação entre o cinema e os meios de transportes pode ser analisada se tomarmos 1895, como o marco da história mundial do cinema, ano no qual os irmãos Lumière exibiram para um público presente no Grand Café em Paris, ‘A chegada do trem na estação’. Podemos perceber que nesse “primeiro cinema” – como definiu o historiador estadunidense, Tom Gunning – que o aparelho denominado cinematógrafo era uma consequência da modernidade, cujo os avanços tecnológicos estavam em pleno desenvolvimento para atender as demandas das metrópoles industrializadas. O trem que aparece chegando na estação da cidade de La Ciota é um elemento urbano que contextualiza este momento. Nos anos seguintes, para além de 1895, cineastas já utilizavam carros, barcas e o próprio trem para dar movimento às câmeras. As primeiras imagens da Baía de Guanabara filmadas pelo italiano Affonso Segreto, no dia 19 de junho de 1898, tornaram-se responsáveis pelo dia do cinema brasileiro. Dessa forma é possível afirmar que os meios de transporte assumiram um importante papel no campo experimental cinematográfico com o intuito de produzir um efeito estético. No entanto, o presente trabalho pretende pesquisar os meios de transportes no  cinema brasileiro, como elementos cênicos importantes dentro das narrativas, na construção simbólica e imagética das cidades. Analisando filmes acredita-se chegar ao objetivo que é identificar onde, como e porque os meios de transportes são apresentados ao espectador. Desta maneira possibilitará a criação de categorias conceituais, fundamentando-se em estudos teóricos sobre cinema e cidades. Assim, um carro, barco, ônibus dentre outros, serão pensados muito além de despretensiosos objetos e ambientes de cena.

    Palavras-chave: cinema brasileiro, meios de transporte, espaço fílmico

  • Monica Rodrigues KlemzAno de entrada: 2023

    Título – “CONTRACARTOGRAFIA URBANA, POLÍTICA E SOCIOCULTURAL: MAIS DO QUE UMA ESTÉTICA”

    Resumo: A cartografia se alinha à necessidade do homem de dar direção e sentido à sua vida. De se situar. O conhecimento de um território passa a ser utilizado como um saber-poder gerador de estratégias, de expansão de fronteiras e de dominação. A contracartografia surge como questionadora dessa forma hegemônica de utilização do mapa, tanto do ponto de vista político, social, econômico, como da relação dos mapas com os fluxos que se dão em um determinado território, seja pela sua invisibilização, seja pela sua homogeneização. Com o início da urbanização, no final do século XIX , surge a necessidade, por parte de alguns artistas, de expressão e representação do vivido e do concebido, através de uma arte que se utilize desses símbolos de poder, para com essas ferramentas, trazer reflexão, tornar visível o que o mapa, algumas vezes, omite. Giselle Beiguelman reflete sobre quais informações são percebidas quando se está sobre uma cidade, na videoarte CGH-SDU: Homenagem à mínima informação, 2010. Peter Aerschmann, em 64m2, 2016, traça, em um mesmo espaço, a Praça Vermelha, em Moscou, impossível de ser identificada e as não-relações entre personagens de espaços outros, construindo uma cartografia às avessas, com um movimento em looping dos que ali se encontram. São muitas as camadas de subjetividade, mas principalmente, uma crítica à globalização. Ursula Biemann traça uma metacartografia no site Geobodies (2022) que contém o trabalho audiovisual realizado com os fluxos humanos migratórios, com as práticas extrativistas através da cartografia que ela constrói, de aproximações e distanciamentos, com diversos elementos e que refletem uma determinada geopolítica. Para esses artistas, as cartas construídas nos seus trabalhos, mais do que uma estética, oferecem um testemunho e uma denúncia.

    Palavras-chave – contracartografia; audiovisual; urbano, político

  • Yanara Cavalcanti GalvãoAno de entrada: 2023

    Título – “Políticas e processos criativos do cinema independente brasileiro contemporâneo por cineastas mulheres: uma experiência localizada”

    Resumo:

    O projeto proposto visa contribuir para a pesquisa sobre o cinema independente contemporâneo brasileiro com foco em uma realização fílmica documental marcada por diferentes modos de produção e pela perspectiva de cineastas mulheres. Para tanto, centramo-nos na experiência de Pernambuco com o objetivo, para além das obras materializadas, de investigar os processos criativos de feitura dos filmes, articulando-os com as políticas impulsionadoras do desenvolvimento da cadeia produtiva do audiovisual local. Nesse sentido, este estudo também estará alinhado às políticas de auto-organização do setor cinematográfico, que situaremos no contexto das micropolíticas, assim como das políticas públicas fomentadas/incentivadas pelo Estado, nas instâncias estadual e federal, as quais trataremos na dimensão da macropolítica. Essa pesquisa parte da hipótese central, que a perspectiva de gênero na sua intersecção com marcadores sociais, tais como raça, etnia, classe, território, desestabiliza modos tradicionais de narrar, produzir, ver e experimentar o cinema, problematizando os domínios e saberes de nossas sociedades modernas/ coloniais, e, consequentemente, funda/ propõe outros regimes de visibilidade. O corpus provisório da pesquisa inclui as obras FotogÁfrica (Tila Chitunda, 2016), Nome de Batismo – Alice (Tila Chitunda, 2017), Nome de Batismo – Frances (Tila Chitunda, 2019) Tempo Circular (Graci Guarani, 2018), Thynia (Lia Letícia, 2019), Agora (Dea Ferraz, 2020), O Bem Virá (Uilma Queiroz, 2022).

    Palavras-chave: Cineastas mulheres. Processos criativos. Políticas do cinema.

  • Rodrigo Correa da FonsecaAno de entrada: 2023

    Título – “Uma aprendizagem de desaprender: É possível pensar uma pedagogia da presença no audiovisual?”

    Resumo: Este trabalho tem por objetivo apresentar uma proposta de investigação acerca de uma capacidade da presença em oferecer-se como uma pedagogia do sensível no cinema contemporâneo. Tomando os pensamentos de Hans Ulrich Gumbrecht acerca dos estudos de presença, e também de uma contemporaneidade marcada, ao mesmo tempo, por uma exclusão do corpo e um desejo de recuperar esse corpo perdido, nossa proposta buscará demonstrar como um certo modo de fazer cinema contemporâneo, marcado por uma intensa sensorialidade e um apelo ao corpo, oferece-se ao espectador, não pelo sentido,mas através do corpo e do sensível, como uma reconfiguração do estar o mundo.

    Palavras-chave: Estudos de presença; pedagogia do sensível; corpo e cinema;

  • Brener Neves SilvaAno de entrada: 2023

    Título – “NARRATIVAS DO SUL-GLOBAL: A CONSTRUÇÃO DE UMA ATMOSFERA CINEMATOGRÁFICA NOS FILMES-RITUAIS KAYAPÓ DA ÚLTIMA DÉCADA”

    Resumo: Este projeto de pesquisa pretende investigar as filmagens de rituais realizadas pelos cineastas Mebêngôkre-Kayapó, do Pará, nos últimos dez anos (2012-2022), a fim de compreender a construção de uma atmosfera cinematográfica particular. Para compreender este aspecto discute-se a prática dos filmes-rituais a partir das cosmologias próprias da sociedade Mebêngôkre, ou seja, dos entendimentos de mundo e modos de viver. Parte-se da hipótese de que esses filmes vêm desenvolvendo uma atmosfera cosmológica acerca das imagens e sons, especialmente em aspectos espaço-temporais, que são incididos diretamente pelas suas crenças, mitologias e agências humanas e não-humanas. Por outro lado, ao realizar esses filmes, a cosmologia parece agir tanto sobre o ritual quanto sobre o filme-ritual. Considerando as pesquisas sobre atmosfera cinematográfica e filmes-rituais ao longo dos anos, acredita-se que este estudo possa promover novas reflexões acerca deste aspecto no cinema indígena brasileiro ao propor uma rearticulação ontológica da atmosfera.

    Palavras-chave: Cinema Kayapó; Filmes-rituais; Atmosfera cinematográfica.

  • Alexandre Pfeiffer FernandesAno de entrada: 2023

    Título – “A música orquestral no cinema brasileiro: uma análise das trilhas sonoras de Remo Usai, Ivan Lins e Alexandre Guerra”

    Resumo: A orquestra vem desempenhando um papel importante na cultura ocidental, especialmente na composição de música erudita e de música para filmes. A presente pesquisa tem como principais objetivos investigar de que forma a música orquestral vem se desenvolvendo nas décadas de 1960, 1990 e 2010 no campo do cinema brasileiro e como esse tipo de instrumentação vem sendo usada por compositores de trilha sonora para dar o suporte necessário à narrativa dos filmes. Para tal, será analisada a música de três filmes brasileiros: O assalto ao trem pagador (1962) de Roberto Farias com música de Remo Usai, Dois Córregos (1998) de Carlos Reichenbach com música de Ivan Lins e O Tempo e o Vento (2013) de Jayme Monjardim com música de Alexandre Guerra. Essa análise terá como referencial teórico as classificações sobre as diversas funções da música para filmes sugeridas por Wingstedt (2005) e os princípios básicos a respeito da relação entre música e a narrativa no cinema clássico propostos por por Gorbman (1987). Além dessa análise e da revisão bibliográfica sobre o assunto, serão realizadas entrevistas com compositores e pessoas relacionadas com as trilhas sonoras mencionadas, com o objetivo de recolher informações a respeito do processo criativo dos compositores, sua relação com os diretores e sobre como a tecnologia vem influenciando o processo de criação da música para o cinema.

    Palavras-chave: trilha sonora, música orquestral, cinema brasileiro

  • Tadeu Barbuto BousadaAno de entrada: 2023

    Título – “CIDADE-ARMÁRIO NO CINEMA: A experiência queer no espaço urbano brasileiro”

    Resumo: Este estudo pretende investigar como a expressão cidade-armário, a ser discutida e aprimorada durante a tese, se desdobra no cinema contemporâneo brasileiro, a partir das políticas de representação que ilustram a experiência de corpos queer nos principais centros urbanos do nosso país. Em um primeiro momento, se faz necessário posicionar o termo de acordo com as estruturas de pensamento que abordam não somente os efeitos contraditórios dos dispositivos de controle e vigilância na vida pública e privada de corpos dissidentes, mas a criatividade desses indivíduos para construir possibilidades de afirmação no espaço. Por conseguinte, também será de extrema importância contextualizar o cinema queer nacional, sobretudo, em seu estágio de produção mais recente, onde as narrativas do gênero abordam a relação corpo/cidade sob a ótica e subjetividade das identidades marcadas por sexualidades e culturas sociais não hegemônicas. A Seita (2015, André Antônio), Tinta Bruta (2018, Filipe Matzembacher e Márcio Reolon) e Meu nome é Bagdá (2020, Caru Alves de Souza) foram os filmes selecionados para fins de análise com o objetivo de observar essa disposição das cidades pela subversão ética e estética de seus personagens, enfatizando-se o trabalho da direção de arte na composição visual de utopias, distopias e heterotopias urbanas.

    Palavras-chave: Cidade; Corpo; Cinema.

  • Silvio Pirôpo Da-rinAno de entrada: 2022

    Título – “Tensões, desafios e paradoxos que emergem quando o eu se faz imagem – auto enunciação no documentário brasileiro”

    Resumo: A pesquisa aborda uma modalidade específica do documentário auto enunciativo: a investigação da memória familiar. Inicialmente vou demarcar o período histórico da ditadura de 1964/85; para em seguida efetuar uma análise comparativa de três documentários por meios dos quais as realizadoras promovem um rastreamento do relacionamento com seus pais, que estiveram envolvidos na luta contra o regime militar: Fico te devendo uma carta do Brasil, de Carol Benjamin (2019), Diário de uma busca, de Flávia Castro (2011) e Os dias com ele, de Maria Clara Escobar (2013).

  • Maria Gabriela CapperAno de entrada: 2022

    Título – “O audiovisual na infância expandido aos campos da educação, da arte e das subjetivações”

    Resumo: Esta pesquisa pretende investigar a prática do cinema e do audiovisual na infância e as tensões entre os paradigmas da indústria cinematográfica e as experiências com audiovisual situadas em um espaço mais experimental. Para averiguar e demarcar essas tensões, interessa criar um mapeamento de experiências de grupos de crianças e jovens com o cinema e o audiovisual e colocar tais experiências em diálogos com os pensamentos de Alain Bergala (2008), Gilles Deleuze (1985, 1998) , Georges Didi-Huberman (2014), Fernand Deligny (2016), Giorgio Agamben (2007, 2008, 2009) e Sergei Eisenstein (1990, 2002, 2004), entre outros, sobre a arte e o cinema. De um modo geral, o cinema está presente nas escolas de maneira limitada e, por vezes, instrumentalizada, servindo unicamente como ferramenta de apoio aos processos de ensino. Como ampliar a presença do cinema e do audiovisual como arte nas escolas?
    Como tornar possível que crianças e jovens operem, fruindo e criando, com o cinema e o audiovisual em um devir cinema-infância? O que pode surgir nesse entre o cinema e a infância? É o que se pretende descobrir nessa trajetória de experiências, investigações e pesquisas sobre imagens, sons, edição e montagem cinematográfica, que intencionam deflagrar operações audiovisuais imaginativas e inventivas em um devir cinema-infância, em que os gestos cinematográficos das crianças se façam próprios e singulares.

  • Manuela Bezerra Gouveia de AndradeAno de entrada: 2022

    Título – “O pesadelo colonial no cinema latino-americano sob a ótica feminina: As narrativas das mulheres ameríndias e brancas enquanto agentes epistemológicos”

    Resumo: O estudo tem como objetivo a partir de um escopo de análise focado em filmes que tematizam o colonialismo, seja através de narrativas que se debruçam em momentos históricos seculares ou que pautem a remanescência de herdeiros contemporâneos desses territórios usurpados, dedicar-se a uma análise de obras de mulheres que falam de pontos de partida distintos: tanto mulheres brancas como mulheres indígenas de diferentes países de Abya Ayla. A pesquisa se dedicará ao estudo das narrativas fílmicas no intuito de esmiuçar como as diretoras tecem questões como o tempo e o território. O corpus dessa investigação é composto pelas obras: Tio Yim (2019) da zapoteca Luna Máran, Mala Junta (2016) da mapuche Claudia Huaquimila, Nũhũ yãg mũ yõg hãm:
    essa terra é nossa (2020) de Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Carolina Canguçu, Jacinto Maxakali, Alexandre Maxakali e Roberto Romero, Luz nos trópicos (2020) da colombiano-brasileira Paula Gaitán e El Verano de los peces voladores (2014) da chilena Marcela Said. Os contextos históricos de produção, distribuição e recepção crítica dos respectivos trabalhos também serão esmiuçados. A pesquisa terá como base conceitual, prioritariamente, autores pós-estruturalistas e decoloniais e se dedicará a flexionar conceitos como o regresso de futuro de Aníbal Quijano, a decolonialidade do tempo de Julieta Paredes, o perspectivismo ameríndio de Viveiros de Castro, a Nova História de Marc Ferro, a epistemologia nativa de Célia Xakriabá e a descolonização do inconsciente de Suely Rolnik. Tal aporte teórico e metodologia funcionarão como instrumento para tentar identificar possíveis epistemologias inauguradas pelos filmes ao
    tratar desse pesadelo colonial.

  • Ismael Soares MachadoAno de entrada: 2022

    Título – “Memória aprisionada, vozes libertadas: sussurros e gritos de indígenas, camponeses (as) e soldados na Guerrilha do Araguaia.”

    Resumo: O presente projeto de pesquisa pretende analisar, a partir da investigação sobre a construção de roteiros e montagens cinematográficas, a elaboração de uma memória coletiva de camponeses e camponesas, soldados de baixa patente e indígenas aikewara-suruí que estiveram envolvidos no episódio histórico de resistência armada conhecido como a Guerrilha do Araguaia, na região amazônica, ocorrido na década de 1970 e deflagrado pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) em plena ditadura civil-militar, tomando como fonte de pesquisa três longas documentários: “Araguaia, Campo Sagrado” (2011); “Soldados do Araguaia” (2017) e “Aikewara” (2017). A partir das narrativas de personagens elencados como protagonistas nas três obras cinematográficas, discutem-se questões como a memória coletiva, o silenciamento de vozes sob censura, repressão e tortura, trauma e a possibilidade de o cinema apresentar-se como um instrumento de resgate da memória individual e coletiva por sua capacidade de trabalhar com as representações de importantes momentos da história, a partir de dispositivos narrativos como roteiro e montagem.

  • Breno Henrique de Almeida RochaAno de entrada: 2022

    Título – “Estéticas negras no curta metragem: A inscrição e constituição das relações raciais no cinema brasileiro contemporâneo.”

    Resumo: Este projeto de pesquisa se propõe a investigar as relações de raça que são mobilizadas por imagens negras no cinema brasileiro contemporâneo. Para tal, proponho a análise fílmica de curtas metragens ficcionais e híbridos escritos, dirigidos e protagonizados por sujeitos(as) negros(as). A partir de uma multiplicidade temática, estética e narrativa nos interessa perceber com a materialidade das imagens e as pulsões engendradas pelo cinema, os modos como realizadores(as) negros(as) elaboram através do audiovisual a complexa e estruturante experiência de racialização presente e fundante na configuração
    da sociedade brasileira. Elencamos os seguintes filmes para compor o corpus desta pesquisa: Deus (2016), de Vinicius Silva; Pele Suja Minha Carne (2016) de Bruno Ribeiro; Nada (2017) de Gabriel Martins; Travessia (2017) de Safira Moreira; Experimentando o vermelho em dilúvio (2016) de Michelle Mattiuzzi; Egum (2020) de Yuri Costa; Irun Orí (2020) de Juh Almeida; Filhas de Lavadeiras (2019) de Edileuza Penha de Souza; Movimento (2020) de Gabriel Martins; Nascente (2020) de Safira Moreira; Bonde (2019) de Asaph Lucas; Looping (2019) de Maick Hannder; Filha Natural (2019) de Aline Motta e Uma Noite Sem Lua (2020) de Castiel Vitorino Brasileiro. Apostando em uma metodologia comparatista interessada nas semelhanças, dissensos, fraternidades e fronteiras, procuramos constelar e aproximar os filmes propostos no corpus deste projeto de estudos, desejando esquadrinhar e aprofundar a reflexão, o pensamento crítico e o entendimento das epistemologias pretas no âmbito das imagens.

  • Rosália de Oliveira FigueirêdoAno de entrada: 2020

    Título – “O PROTAGONISMO PERIFÉRICO NO PROGRAMA DE TELEVISÃO PERI, DA TV UNIVERSITÁRIA DA UFRN: NARRATIVAS AUDIOVISUIAIS COMO PRÁTICAS CUTURAIS NA RESSIGNIFICAÇÃO DESSES TERRITÓRIOS”

    Resumo – O Projeto de pesquisa traz o Programa Peri, produzido em 2018 pela TV Universitária da UFRN, como norteador de uma nova estética audiovisual para televisão, visto que o mesmo tem formato ainda inédito no seguimento televisivo, e com isso, coloca a periferia em seu lugar de fala, sendo ela mesma, a protagonista de sua própria representatividade sociocultural.

  • Roberta Filgueiras MathiasAno de entrada: 2020

    Título – “Entre os Barrios e Subúrbios Sul-Americanos: disputas visuais e simbólicas no cinema contemporâneo de César González e Luiz Claudio Lima”

    Resumo – Este projeto visa analisar as novas imagens criadas em duas cidades importantes para a construção do imaginário sul-americano: Buenos Aires e Rio de Janeiro. O objetivo central é problematizar a reconstrução de narrativas a partir destes territórios e suas relações com os estigmas e impermanências no cinema contemporâneo. Para tanto, parto do estudo da filmografia produzida principalmente na última década para analisar as rupturas na própria estrutura do audiovisual com a entrada de novos agentes, sendo estes geralmente moradores dessas regiões que modificam não somente a maneira de olhar, mas a interlocução estabelecida entre cineasta e espectador. Meu recorte de pesquisa volta-se especificamente para a filmografia do argentino César González e do brasileiro Luiz Carlos Lima.

  • Breno Mota AlvarengaAno de entrada: 2020

    Título – “ATMOSFERAS SONORAS DE NOSTALGIA: O som do cinema como elemento visual”

    Resumo – O presente projeto pretende investigar a consolidação de atmosferas no cinema, indagando de que forma o fazer audiovisual é capaz de instaurar a sensação de nostalgia por meio da linguagem cinematográfica, dando especial atenção ao som do cinema. A partir da metodologia de constelações fílmicas, procura-se cotejar atos autobiográficos nos documentários brasileiros contemporâneos. Levando em consideração o desejo do nostálgico em presentificar o passado, propõe-se investigar nessas narrativas com escritas de si se uma aparente não-correspondência entre imagem visual e imagem sonora possibilita tal sobreposição temporal, instigando o espectador a visualizar mentalmente imagens virtuais de lembranças.

  • Vinicius Augusto CarvalhoAno de entrada: 2019

    Título – “Pontuação imagética na montagem elíptica: transições (in)visíveis no cinema brasileiro contemporâneo”

    Resumo – Este projeto propõe uma investigação sobre a constituição visual de hiatos temporais em produções cinematográficas brasileiras. Considera a introdução das tecnologias digitais na pós-produção de conteúdos audiovisuais contemporâneos e se concentra nas questões ligadas a estética, cognição, ritmo e estrutura desenvolvidos na montagem imagética de elipses. A motivação decorre da escassez de estudos que relacionem a teoria com a prática de construção destes recursos narrativos, capazes de dizer muito sem mostrar nada, ou mostrando o mínimo por meio dos efeitos visuais de transição. A edição não linear aumentou a variedade e simplificou o uso de recursos técnicos e artísticos disponíveis, ampliando as possibilidades discursivas. As pontuações visíveis e invisíveis, integrantes da gramática fílmica, podem influenciar enredos, a concepção de novas linguagens e a transmissão de novas mensagens. Não é incomum encontrar pesquisas científicas, estudos teóricos e declarações de diretores e montadores que estabeleçam orientações para a utilização de determinadas configurações estéticas na composição de vácuos narrativos em produtos audiovisuais. Mas será que estes arquétipos, replicados com o passar dos anos, continuam refletidos nas obras fílmicas? Considerando as pesquisas sobre cinema e televisão e as transformações das narrativas ao longo dos anos, acredita-se que um estudo dedicado a formação visual das elipses, neste contexto digital contemporâneo, pode promover reflexões sobre a montagem de conteúdos audiovisuais.

  • Pedro Artur Baptista LauriaAno de entrada: 2019

    Título – “Meninos Perdidos: a construção do lugar nostálgico no cinema do fim de década”

    Resumo – A nostalgia oitentista, em plena virada da década, retomada por produtos audiovisuais como é o caso da série Stranger Things e dos filmes It – A Coisa e Turma da Mônica – Laços, não deve ser interpretada como um mero acaso. Investigando o papel da nostalgia em meio ao cenário político, cultural e social, atual – esse trabalho busca, entre outros aprofundamentos, demonstrar como ideias tais quais lugar de pertencimento e paisagem cultural podem operar na construção de um espaço cinematográfico que ao mesmo tempo que revê as práticas do passado, faz críticas ao presente e demonstra as preocupações com o futuro.

  • Marcio Gabriel da SilvaAno de entrada: 2019

    Título – “Ecos das Identidades Pretas: o discurso afetivo do negro no documentário brasileiro”

    Resumo – A pesquisa para este projeto de doutorado tem como objetivo analisar a dimensão afetiva como estrutura estética, discursiva e política no cinema documentário brasileiro, realizado por afrodescendentes na hipermodernidade. Esta investigação busca oferecer base teórica para futuros pesquisadores e aprofundar o debate sobre a centralidade do corpo negro no audiovisual, a partir de uma análise arqueológica das obras, as quais através do afeto apresentam as identidades pretas. O trabalho busca compreender como se formam os discursos afetivos gestados na intimidade e como essa dimensão afetiva interage em determinado cotidiano, “familiar” ao documentarista e às personagens, que juntos constroem a estética dos filmes. Esses são guiados por dinâmicas sociais que atingem o corpo de quem realiza o documentário, do filmado e do espectador, que se põe numa estreita relação com o corpo da obra cinematográfica. Todo esse processo na formação discursiva, teoricamente, gera um pacto de intimidade entre múltiplas individualidades, que juntas, a partir de atrações mútuas, reivindicam a visibilidade social do negro no cinema e na sociedade.

  • Maíra Cinthya do Nascimento Ezequiel Ano de entrada: 2019

    Título – “Protagonismo Feminino e discurso feminista nas telesséries britânicas The Fall, Happy Valley e Collateral: proposta de metodologia de análise a partir da teoria feminista do cinema”

    Resumo – A pesquisa aqui proposta pretende refletir sobre os modos de representação da mulher e do protagonismo feminino, nas narrativas de três telesséries britanicas: The Fall, Happy Valley e Collateral. A hipótese central da pesquisa é a de que existe um novo paradigma de representação feminina nestas produções, que se constrói em diálogo com a teoria feminista do cinema e com ecos de um discurso feminista de terceira onda. Para averiguar a hipótese, partiremos de uma atualização dos elementos da análise estética fílmica, com vistas a propor uma nova metodologia, que toma como base a agenda teórico-feminista do cinema. Tal percurso de investigação precisará ainda revisitar as questões levantadas por teóricas feministas sobre ponto de vista e autoria feminina no audiovisual. Toda investigação teórica que se propõe a revisitar paradigmas configura-se como uma contribuição justificada para a atualização do pensamento científico e, em última instância, para uma atualização dos modos de compreensão de nossa experiência de vida em sociedade.

  • Juliana Soares MendesAno de entrada: 2019

    Título – “A jornada da Bruxa: análise das narrativas seriadas de “Once Upon a Time” e “Grimm” inspiradas em contos de fadas”

    Resumo – Desde o registro dos contos de fadas pelos irmãos Grimm no início do século XIX, essas histórias foram reinterpretadas em diferentes suportes. Bruxas, princesas, reinos encantados e animais falantes povoaram peças audiovisuais, como animações, filmes e seriados. Em 2011, foram lançados os episódios-piloto de duas séries inspiradas pelos contos de fadas, “Once Upon a Time – Era uma vez” e “Grimm – Contos de Terror”. Nessas narrativas seriadas, mundos ficcionais com leis próprias foram criados para acomodar releituras das personagens dos contos de fadas na contemporaneidade. A bruxa, particularmente, recebe destaque em ambas as séries. Inicialmente essas bruxas assumem o papel de vilãs, tipicamente personificando o conceito de maldade. Porém, com o desenvolvimento das personagens a partir das transformações geradas pela serialização e a repetição, as características das bruxas se complexificam em relação à oposição entre o bem e o mal. Elas ora se aproximam e ora se distanciam de um percurso que conduz à redenção. O objetivo deste projeto de pesquisa, então, é verificar como ocorre a construção e ressignificação da personagem da bruxa nos seriados selecionados, identificando se existem elementos mais frequentes que permitam estabelecer uma estrutura narrativa comum à jornada da bruxa.

  • Jansen Rodrigo de Oliveira RamosAno de entrada: 2019

    Título – “A INVENÇÃO DIGITAL E O DIGITAL DE INVENÇÃO: o Renascimento da Animação Brasileira”

    Resumo – Nosso projeto pretende demonstrar como esta virada da animação brasileira foi tão brusca que – mesmo diante de uma produção analógica, embora criativa mas intermitente dos anos antes de 1995 e da diversificação e popularização da produção de animação pós 1996 – promoveu uma mudança de produção, de qualidade e possibilidade de expressão criativa e narrativa, particular e notória não só na questão de aceitação do público e repercussão em prêmios principais em festivais internacionais consagrados.

  • Tainá Xavier Pereira HüholdAno de entrada: 2018

    Título – “Espaços Temporalizados: Vestígios do real na direção de arte do cinema brasileiro contemporâneo”

    Resumo – O cinema brasileiro contemporâneo apresenta de forma recorrente espaços cênicos onde se verificam marcas do tempo, vestígios e deterioração. Tais marcas convocadas pela visualidade funcionariam como uma imposição de presença de um tempo, de processos políticos, históricos e/ ou de grupos sociais que reverberam na imagem sem que sejam necessariamente convocados pela palavra e pela ação dramática.
    Levando em conta a segmentação do processo criativo e de produção da obra audiovisual (principalmente em filmes de ficção, mas também em obras híbridas), considera-se aqui a direção de arte como equipe responsável pelo primeiro nível de estruturação espacial da imagem. Este projeto se propõe a investigar a contribuição de tal área da criação na conformação de uma certa estética audiovisual contemporânea no Brasil, utilizando-se para tal dos estudos da memória e de uma abordagem fenomenológica que busque analisar a experiência face ao tempo materializado no espaço cênico pelas marcas do passado.
    O corpus provisório da pesquisa inclui Amarelo Manga (Cláudio Assis, 2003) Árido Movie (Lirio Ferreira, 2005), A Fuga da Mulher Gorila (Felipe Bragança e Marina Meliande, 2009), Baixio das Bestas (Claudio Assis, 2006), Esse Amor que nos Consome (Allan Ribeiro, 2012), Tatuagem (Hilton Lacerda, 2013), Era o Hotel Cambridge (Eliane Caffé, 2016), Elon não acredita na morte (Ricardo Alves Jr, 2016), dentre outros.

  • Sophia Ferreira PinheiroAno de entrada: 2018

    Título – “sentir, pensar e agir”: O fazer artístico-cinematográfico de mulheres indígenas na América Latina

    Resumo – Nessa proposta de pesquisa, parto da hipótese de que há uma nova perspectiva do cinema e da arte indígena contemporâneos com ênfase ao “sentir, pensar e agir” (Walter Mignolo & Gómez Pedro, 2012), alinhadas às estéticas decoloniais. A pesquisa entende como sua principal questão investigativa as práticas estéticas e de linguagem cinematográfica de algumas mulheres indígenas cineastas, de diferentes etnias no Brasil e na América Latina, com a pergunta: como elas podem debater e confrontar o establishment do cinema no mundo? A teorização da colonialidade do saber e do ser, colonialidade política e econômica, da religião que aprisiona a espiritualidade, colonialidade de gênero e da sexualidade, da etnicidade, é extremamente relevante para o atual momento histórico tratar dessas narrativas visuais autônomas, localizando as mulheres indígenas como sujeitas históricas sem inseri-las, necessariamente, em um quadro teórico fechado, respeitando assim suas singularidades étnicas e sociais. Assim, quando essas artistas indígenas estão produzindo arte e cinema contemporâneos, que dimensões elas acionam? Qual a agência política das imagens que elas produzem? Que “outra” arte é essa? Como combatem as representações imagéticas construídas historicamente com suas imagens? Por que a linguagem cinematográfica realizada por mulheres indígenas são tidas como “uma arte menor” ou datadas por um dito “cinema indígena”?

  • Pedro Henrique Villela de Souza FerreiraAno de entrada: 2018

    Título – “A fábula recomeçada: o díptico no cinema contemporâneo”

    Resumo – Vários filmes contemporâneos apresentam arcos narrativos em forma de dípticos. A trama se reparte em duas ou até mesmo mais partes, como se fossem histórias autônomas emolduradas juntas na mesma obra, de modo a se completarem uma na outra. Como que acompanhados da discussão de Jacques Rancière e Nicolas Bourriaud sobre a arte contemporânea, pretendemos tirar conclusões sobre o recorrente uso deste mecanismo cinematográfico, ao que ele aponta e de que tipo de sensibilidade ele vêm imbuído, tomando como ponto-de-partida a análise de três filmes, Mal dos Trópicos (2004, Apichatpong Weerasethakul), Certo Agora, Errado Antes (2015, Hong Sang Soo) e Mil e uma noites (2015, Miguel Gomes).

  • Rafael Leal Ano de entrada: 2018

    Título – “O espectador diegético – Narrativas imersivas e a Poética do Roteiro audiovisual”

    Resumo – O advento da nova geração de narrativas imersivas enseja o surgimento de novas possibilidades na  escritura dos roteiros audiovisuais, a partir de processos criativos não mais centrados na figura do narrador e em formas pretensamente universais, mas sim no espectador-interator reconhecido não apenas como sujeito agente mas também como corpo. Por meio da compreensão histórica e integrada da tecnologia, da trajetória do pensamento poético e da própria forma do roteiro, tal qual praticada no Brasil, pretende-se estabelecer as bases para uma nova Poética do Roteiro audiovisual, centrada no espectador-interator e em sua experiência.

  • Arthur Fernandes Andrade LinsAno de entrada: 2017

    Título – “FICÇÃO CIENTÍFICA EM ESTADO DE INVENÇÃO: CINEMA BRASILEIRO 2010 E SUAS MÚLTIPLAS RELAÇÕES COM O GÊNERO”

    Resumo: No cinema brasileiro dos anos 2010, um filme norteou um debate acerca da condição periférica de nosso cinema e também de suas possiblidades pelo viés de uma ficção dos pobres, alargando um imaginário estético ao trazer à tona evidencias da constituição histórica do cinema brasileiro e do seu legado nos dias de hoje. Me refiro ao filme Branco Sai, Preto Fica, de Adirley Queiróz (2014), e ao livro Cinema de Invenção, de Jairo Ferreira (1986). Partimos desse filme para traçar uma linha entre alguns outros filmes que vieram antes e depois e que apontam para o mesmo desejo de um cinema (ainda) possível, de viés político/imaginativo, que possa subverter a lógica das convenções da linguagem e fazer uma crítica poética acerca da condição precária da vida em seus momentos e lugares onde ela corre mais riscos. O cinema no Brasil seria uma utopia coletiva que nos últimos anos se manifestou paradoxalmente através da distopia enquanto uma sensibilidade contemporânea? Neste cenário, a ficção científica tornou-se uma espécie de catalisador, ao dispor de uma série de artifícios que podem produzir um estranhamento cognitivo (Darko Suvin) na experiência narrativa. O gênero é acionado enquanto um aparato narrativo-representativo, mas o principal alvo, o desejo de elaboração de uma experiência estética, se coloca sempre irremediavelmente diante de um real em crise. Pensamos então como os jogos narrativos e a retórica acerca dos gêneros e dos procedimentos artísticos podem nos oferecer instrumental teórico para pensarmos uma postura política destes filmes diante da contemporaneidade. Nesse campo emerge uma sensibilidade distópica que contamina os filmes e afeta a estrutura das narrativas. Para
    isso levaremos em conta estudos que possam lançar luz acerca desta posição do cinema de invenção e de algumas características do gênero de ficção científica no
    cinema brasileiro (sobretudo em Jairo Ferreira, 1986, Ismail Xavier, 2012, Lucia Nagib, 2006 e Alfredo Suppia, 2013). Analisaremos também estas distopias levando em conta diferentes autores que se debruçaram sobre este assunto nas narrativas (Jameson, 2009, Fisher, 2020, Ricouer, 1995, Imarisha, 2016, Crary, 2014), buscando ressaltar nos filmes o papel ativo da experiência estética na constituição de um pensamento político comprometido com as mudanças em seu tempo e no porvir.

  • Licia Marta da Silva PintoAno de entrada: 2017

    Título – “ENTRE FRONTEIRAS DOMÉSTICAS E AFETOS AMBÍGUOS: A REPRESENTAÇÃO DO EMPREGO DOMÉSTICO NO CINEMA LATINO-AMERICANO”

    RESUMO: A presente pesquisa tem como objetivo analisar a representação do emprego doméstico na América Latina a partir de um viés territorial, que considera o território como um espaço geográfico em disputa. Desenvolvemos um diálogo entre a colonialidade do poder, território e afeto para observamos as problemáticas que atravessam a empregada doméstica, enquanto sujeita subalternizada, ao adentrar os lares de famílias abastadas numa relação de poder. Desse modo, consideramos a casa como um território importante para a interação patroa/empregada, pois ela funciona como uma arena que reflete as disputas, resistências e desigualdades presentes no tecido social. Para tal, estabeleceremos um diálogo entre o arcabouço teórico e representações culturais sobre o emprego doméstico, num processo de circularidade cultural com os objetos escolhidos. E por fim, faremos uma análise de dois filmes latino-americanos, Que Horas Ela Volta? (Brasil, 2015) e Roma (México, 2018), produzidos nos anos de 2010, um período em que a América Latina gestava um cenário político progressista e as empregadas domésticas conquistaram ganhos trabalhistas. Portanto, por meio dos elementos fílmicos e da narrativa social faremos uma análise crítica dos espaços para abordar os usos de poder presentes no emprego doméstico.

  • Joice Scavone CostaAno de entrada: 2017

    Título – “A criatividade do erro: o não-sincronismo no cinema brasileiro”

    Resumo – A importância do sincronismo entre som e imagem na efetivação comercial do cinema sonoro acarretou um condicionamento da fala à boca como fonte sonora. Seja por questões técnicas, econômicas ou estilísticas, esse sincronismo da voz foi questionado por diferentes vertentes estéticas do cinema mundial. No Brasil, não foi diferente e as particularidades de um país de vasto território e culturas distintas contribuíram para que as precariedades tecnológicas ajudassem a formar outro imaginário e uma estética específica na história do nosso cinema. Através da análise de Doce amianto (Guto Parente e Uirá dos Reis, 2013) – do cinema brasileiro contemporâneo –, pretendemos repensar de que forma a liberdade da precariedade do cinema sonorizado no Brasil influenciou o sincronismo ou a falta dele no trabalho da voz no cinema contemporâneo.

  • Francieli RebelattoAno de entrada: 2017

    Título – “CINEMA E FRONTEIRAS: TERRITÓRIOS, PAISAGENS E MULHERES NO QUADRO CINEMATOGRÁFICO DE FILMES LATINO-AMERICANOS REALIZADOS ENTRE ARGENTINA, BRASIL, PARAGUAI E URUGUAI.”

    Resumo: Este trabalho se propôs realizar a análise fílmica, política e contextual de obras cinematográficas latino-americanas, realizadas nos últimos dez anos, entre as fronteiras da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, as quais trazem em seus textos fílmicos a articulação de um pensamento sobre as paisagens das fronteiras, ao sul da América Latina, com personagens mulheres que se deslocam sobre estes territórios fronteiriços. Situamos os filmes em seus contextos políticos e sociais, a partir das especificidades das produções cinematográficas nessas regiões, com a compreensão de aspectos históricos destes territórios e a conformação de suas fronteiras. A análise formal das obras partiu do exercício teórico-analítico que teve como centralidade o papel da direção de fotografia como um ofício criativo e político que determina a expressão dessas paisagens, personagens mulheres e território no quadro cinematográfico. Os filmes analisados correspondem a A mulher do pai (Brasil-Uruguai, 2018), Pela janela (Brasil-Argentina, 2018), Guarani (Paraguai-Argentina, 2017), La patota (Argentina-Paraguai, 2016), Las acacias (Paraguai-Argentina, 2015), pois entendemos que essas obras impulsionaram as personagens a um deslocamento
    territorial e afetivo detonando, com isso, uma compreensão distinta das cartografias de territórios de fronteira e sobre os imaginários sociais e políticos dessas regiões, reelaborando esteticamente outras percepções, centradas na expressão do papel das paisagens fronteiriças e na construção de subjetividades das personagens articuladas com seu entorno social, mais do que a materialização concreta dos territórios físicos e suas características em si. Trouxemos a experiência do filme Pasajeras (2021), de Fran Rebelatto, autora da presente investigação, como uma obra articuladora daquilo que nos propusemos a chamar de práxis cinematográfica, ou seja, amalgamamos a relação entre realizar a leitura de filmes, ao mesmo tempo em que filmamos uma obra que versava sobre os mesmos temas. Interessou-nos, por fim, refletir sobre como essas obras cinematográficas articularam a apreensão das contradições da realidade, deram forma a elas a partir das especificidades da linguagem cinematográfica e nos ofereceram elementos para a leitura da realidade concreta de uma sociedade de classes, onde se expressam todas as formas de exploração e opressões. Partimos da compreensão de que o conhecimento artístico e o conhecimento científico têm o  mesmo objeto que é a realidade objetiva, mas que cada um desses conhecimentos apreendem o real de formas distintas e é a articulação destes conhecimentos que tratamos de tecer nesta tese compreendendo o filme como uma produção social.

  • Jocimar Soares Dias JuniorAno de entrada: 2017

    Título – “Ritornelos e utopias no cinema brasileiro: Relações rizomáticas entre momentos musicais na chanchada, no cinema novo e no cinema contemporâneo brasileiro a partir de Gilles Deleuze”

    Resumo – Esta pesquisa de doutorado, inspirada pelo método rizomático implementado por Amy Herzog em seu livro sobre os musicais no cinema, buscará estabelecer constelações de momentos musicais de filmes de diferentes épocas (do período das chanchadas, do cinema novo e do cinema contemporâneo), relacionando-os entre si a partir de conceitos da filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari – entre eles rizoma, devir-minoria, geologia (em relação à genealogia de Foucault), cristal do tempo, potências do falso e ritornelo (em relação ao conceito de sensação de utopia do musical, de Richard Dyer). Também faremos uma releitura queer das chanchadas, com ênfase na fluidez de performance de gênero em alguns momentos musicais, procurando elaborar a ideia de “utopia queer” nestes filmes. Além disso, a sensação de utopia será relacionada às utopias no cinema brasileiro apontadas por Lúcia Nagib, para refletir sobre quais imaginários utópicos são retrabalhados nos momentos musicais brasileiros.

  • Arthur Fernandes Andrade LinsAno de entrada: 2017

    Título – “Ficção de segundo grau no cinema contemporâneo brasileiro: Apropriações e metamorfoses dos gêneros”

    Resumo – O cinema contemporâneo brasileiro, em sua vertente mais independente, tem apresentado uma série de filmes que investem nos artifícios da ficção como um caminho de invenção e perpetuação das estratégias narrativas que constituem a história dos gêneros cinematográficos. Pretendemos investigar algumas implicações conceituais e metamorfoses na forma como esses gêneros se colocam na contemporaneidade, em especial na relação entre os gêneros ficção científica e horror com os filmes ‘Branco sai, preto fica’ (2014), de Adirley Queirós; ‘Batguano’ (2014), de Tavinho Teixeira; e ‘A misteriosa morte de pérola’ (2014), de Guto Parente. Nestes filmes, concebidos dentro de uma consciência estilística das regras e leitmotiv que fundamentam os gêneros, há uma postura crítica diante da construção e uso da ‘imagem’ na ficção, apontando para uma meta-reflexividade dos gêneros.

L2Histórias e Políticas

  • Lucio Lugão de MacedoAno de entrada: 2023

    Título – “Roteiro cinematográfico em Libras: Uma proposta visual para produção com crianças surdas.”

    Resumo: O presente projeto de pesquisa visa aprofundar conhecimentos sobre características de roteiro produzido em língua Brasileira de Sinais, investigando a existência de roteiros produzidos em língua de sinais, no Brasil e em outros países onde atores e atrizes surdos têm participação no cinema/televisão e discutindo a relevância de se pensar em estratégias visuais para a criação/apresentação de roteiros, principalmente para atores e atrizes mirins. O número de pesquisas atuais que se dedicam ao tema é insipiente, sendo ainda mais escassas as que se dedicam ao tema considerando as que existem sobre roteiro de libras regionais. O objetivo principal desta pesquisa é, considerando estudos bibliográficos sobre o tema, entender critérios que embasam as atuais produções audiovisuais com atores e atrizes surdas, em relação a criação e apresentação de roteiro. Além disso, perceber se há variações nas produções audiovisuais com atores e atrizes surdos em diferentes países e fazer um registro das propostas de roteiros – se são em língua orais ou de sinais. Para tal, os objetivos específicos da pesquisa são: favorecer estudos sobre roteiro em LIBRAS; analisar performances desenvolvidas por crianças surdas atores/atrizes com estratégias diferenciadas
    de roteiro. Para realizar esta pesquisa, pretende-se fazer uma revisão bibliográfica sobre o assunto, pensar e propor formas de coletar, registrar e analisar dados sobre o uso da Libras e propor uma pesquisa de campo com foco audiovisual na análise entre roteiro em língua oral e roteiro em língua de sinais. Pretende-se com esta pesquisa fortalecer o acesso a materiais audiovisuais, fortalecer a participação da comunidade surda na produção de materiais e, também, ampliar as discussões sobre as diferentes linguagens e o acesso a bens culturais e educacionais por parte de crianças da comunidade surda.

    Palavras chave: Crianças surdas, Cinema acessível, Roteiro em LIBRAS.

  • Tiago Bravo Pinheiro de Freitas QuintesAno de entrada: 2023

    Título – “A trajetória da Empresa Rockert pelo Sudeste do Brasil: uma análise das suas variadas estratégias de exibição”

    Resumo: A presente pesquisa busca analisar os empreendimentos cinematográficos que envolviam um ou mais membros da família Rockert, radicados em sua maioria em Campos dos Goytacazes (RJ), durante os primórdios do ramo da exibição cinematográfica. A principal figura da família no ramo é Arthur Rockert, empresário que ficaria conhecido como “o introdutor do cinema em Campos”. Entre 1899 e 1909 os empreendimentos dos Rockert, além da região Norte-Fluminense, abrangeram empreitadas aos estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, alcançando, dessa forma, todos os estados da região Sudeste do Brasil. A Empresa Rockert é uma definição para este trabalho que busca compreender todos os empreendimentos, com diferentes sociedades e nomenclaturas, em que os Rockert se envolveram, tanto como exibidores ambulantes, como na criação de espaços fixos de exibição. Suas atuações, principalmente por cidades do interior de uma região que, no início do século XX, possuía grande suporte financeiro, de locomoção e de comunicações, pode ajudar a entender as estratégias e rumo dos negócios cinematográficos em um período de mudanças no mercado e interseções nas práticas de exibição.

    Palavras-chave: Rockert, Arthur Rockert, exibição cinematográfica

  • Tainá Carvalho Ottoni de MenezesAno de entrada: 2022

    Título –  “Noticiero ICAIC Latinoamericano: percursos e resistência dos arquivos de um cinema à margem.”

    RESUMO: A coleção dos arquivos do Noticiero ICAIC Latinoamericano (NIL) – o cinejornal da Revolução Cubana, destaca-se prontamente por sua amplitude. Foram 1.493 edições realizadas, semanalmente, de 1960 a 1990. Durante 30 anos, as equipes do Noticiero ICAIC documentaram a evolução do socialismo dentro e fora da ilha, reuniram imagens de arquivo de outros países sobre importantes temas da atualidade mundial para reutilizá-las em suas edições, com marcado conteúdo de propaganda política, em um cinema radical, audacioso e inovador. Com o intuito de romper com os códigos formais imperialistas, os realizadores e técnicos do NIL desenvolvem uma série de dispositivos estético-discursivos. Dentre tais dispositivos, destaca-se uma inusitada articulação na montagem de imagens heterogêneas, provenientes de diversas fontes, com um potente trabalho de edição de som, e a utilização de músicas com grande força expressiva e que faziam parte da estrutura dos filmes. Desta maneira, o NIL constitui um acervo da maior importância, tanto do ponto de vista político, histórico e sociológico (CHANNAN, 1980; PRIOSTE, 2014), como de uma perspectiva cinematográfica: artística e técnica. (ARRAY, 1983; BUSTOS; 2011; LABAKI, 1994, MENEZES, 2019). A singularidade e o valor dessa coleção, seriamente ameaçada pelos clássicos problemas de conservação de filmes em climas tropicais, depois de quase 30 anos de crise econômica, a transformou em alvo de diversas iniciativas de salvaguarda e divulgação: a retomada de arquivos do NIL no documentário Memória Cubana (2009); a inscrição no Registro da Memória do Mundo da UNESCO (2009); a restauração e digitalização dos arquivos do NIL pelo Institut National de l’Audiovisuel (INA); e a recente pesquisa coletiva organizada pela Sorbonne Université (2020 – 2021), são ações que demonstram o valor desses filmes propagandísticos, deixados à margem pelos manuais e críticos de cinema. Em vista disto, a pesquisa traça e indaga os percursos que levaram a coleção do Noticiero ICAIC Latinoamericano a sobreviver e reemergir no espaço publico internacional.

  • Rafael Garcia Madalen EirasAno de entrada: 2022

    Título – “Do Quilombo para as estrelas: Dois filmes entre o cinema pós-moderno brasileiro na obra de Cacá Diegues.”

    RESUMO: Este projeto de pesquisa propõe a investigação de dois filmes subsequentes do diretor Carlos Diegues, Quilombo (1984) e Um trem para as estrelas (1987), com o objetivo de perceber a passagem para um breve momento na historiografia do cinema nacional denominado de pós-moderno. Uma análise que se propõe a romper com um raciocínio linear que privilegia uma clássica visão dicotômica de rupturas e evoluções constantes na história do cinema. Uma investigação historiográfica como uma arqueologia das mídias, proposta do autor Thomas Elsaesser, em uma abordagem Foucaultiana que privilegia as continuidades e descontinuidades numa desconstrução da causalidade linear. Propondo a tese de que os filmes apresentam, no momento que emerge esse cinema pós-moderno nacional, diversos significados que se hegemonizam pela emergência de uma mudança política, do abandono aparente de um estado autoritário para uma democracia neoliberal. Muito mais um complexo processo político do que uma lógica linear de progressão histórica. Portanto, uma abordagem metodológica se apresenta: entender o filme como um documento histórico que permita perceber as características inerentes ao tempo em que é produzido; como também um discurso estético, propondo uma direção investigativa da obra através das propriedades básicas do material fílmico e suas implicações práticas.

  • Mariana Lucas SetubalAno de entrada: 2022

    Título – “GENEALOGIA DA IMAGEM DO PROGRESSO NA AMAZÔNIA: Uma trajetória através do cinema brasileiro”

    Resumo: A fim de observar a modernidade através do colonialismo, e o colonialismo através da modernidade, o presente projeto de pesquisa almeja mapear a forma como o cinema brasileiro representou ao longo do último século as principais empreitadas econômicas na região amazônica, do ciclo da borracha ao colapso contemporâneo, passando pelo desenvolvimentismo do regime militar. Utilizando como fio condutor as imagens do progresso que nele se expressam e que ele ajudou a construir.

  • Alisson Oliveira Soares de SantanaAno de entrada: 2022

    Título – “Cinema e Imaginários sociais: memórias das salas de exibições em Feira de Santana, Bahia (1970-2000)”

    Resumo – O projeto desta pesquisa apresenta uma proposta de análise histórico-historiográfica do cinema enquanto lugar da experiência social e da produção de memórias. No intuito de pensar inferências que possibilitem apreendê-lo dentro do fenômeno urbano, vinculado também a ideia de uma experiência sensorial da cidade, busca-se pensar as salas de exibições de Feira de Santana, Bahia, entre 1970 e 2000 a partir da memória do seu público e das representações que foram feitas desses espaços. Para isto, a pesquisa se dispõe a investigar as memórias das duas salas de exibições que se estabeleciam na cidade nesse período: o Cine Timbira e o Cine Íris. Além de explorar suas memórias, busca-se compreender também o desaparecimento dessas salas mediante aos novos processos urbanos da cidade, bem como a transição para um novo sistema de exibição (multiplex).

  • Viviane de Carvalho CidAno de entrada: 2020

    Título – “Cinema de grupo com professores: quando o cinema conjuga o cuidar”

    Resumo – A presente pesquisa se propõe a investigar a presença do cinema nas produções subjetivas dos professores que são atravessadas pela experiência de grupo desencadeada pela pedagogia do dispositivo. O cinema aproxima-se da prática clínica, devido às suas potencialidades de provocar deslocamentos do eu e a criação de um comum por onde podem germinar outros modos de ser e de viver a educação para além das modelizações impostas.

  • Marcel Gonnet WainmayerAno de entrada: 2020

    Título – “AMADOR, ARTESÃO, DIRETOR: Figuras do realizador e metáforas sobre o cinema artesanal no documentário digital argentino (2007-2015)”

    Resumo – O projeto de pesquisa propõe abordar leituras e conceitos relacionados ao “cinema artesanal”, ao “cinema amador” e a outras noções sobre modos de produção por fora dos mecanismos industriais, para aplicá-las na análise de três documentários de baixo orçamento da produção argentina da última década que tematizam o próprio trabalho de produção audiovisual, num jogo de espelhos que permite identificar distintas figuras e metáforas sobre a experiência da realização cinematográfica.

  • Luís Henrique Marques RibeiroAno de entrada: 2020

    Título – “Representações de raça e suas relações com a memória em Kleber Mendonça Filho: a ausência como presença em narrativas do cinema brasileiro contemporâneo”

    Resumo – O projeto pretende analisar as representações de raça e suas relações com a memória e o espaço narrativo no cinema brasileiro contemporâneo. Para isso teremos como corpus principal os três longas do diretor Kleber Mendonça Filho; e como corpus secundário, a escolha de sete filmes brasileiros, como maneira de estabelecer um panorama de outras possibilidades no tratamento da temática racial. Com a pesquisa, espera-se compreender de que maneira as representações raciais no cinema são articuladas enquanto discurso e objeto da cultura, a partir do uso da memória e do espaço narrativo, tendo em vista a maneira de aparecimento do tema racial, descolada da narrativa principal, nos filmes do diretor pernambucano.

  • Lívia Maria Gonçalves CabreraAno de entrada: 2020

    Título – “A CONSTITUIÇÃO DA BRASIL VITA FILME: A formação de um empresariado nacional entre o modelo studio system, o projeto governamental para o cinema e o diferencial brasileiro.”

    Resumo – O projeto de pesquisa tem como proposta realizar pesquisa sobre o processo de criação da Brasil Vita Filme, empresa presidida por Carmen Santos, fundada em 1934, e pouco estudada pela historiografia do cinema brasileiro. As características do seu sistema de produção, as escolhas estéticas e econômicas feitas em meio ao contexto social, político e cultural brasileiro serão o eixo central. Como a empresa e sua proprietária realizaram a mediação entre o discurso em defesa da cinematografia brasileira em contraste com a realidade da prática e os obstáculos mercadológicos.

     

  • Iulik Lomba de FariasAno de entrada: 2020

    Título – “AS IMAGENS NUNCA MORREM: Cinema Kaiowá e Cosmopolítica no Mato Grosso do Sul”

    Resumo – O projeto de pesquisa aqui apresentado, vislumbra analisar a produção fílmica dos cineastas Kaiowá da ASCURI (Associação Cultural de Realizadores Indígenas de Mato Grosso do Sul), a fim de investigar as redes de relação cosmopolíticas mobilizadas entre os filmes, e determinadas categorias cosmológicas de alteridade que habitam o multiverso de nossos interlocutores. O que os Kaiowá chamam ta`anga e nós traduzimos “imagem”, está agenciado a uma série de seres não-humanos invisíveis, os quais afetam as imagens, e são também afetados por elas. Reflexos, espíritos, porcos, xamãs e imagens, são evocados em conexões com tamanduás gigantes, cobras-com-cabeça-de-cachorro e sereias, que reivindicam sua ação política sobre o socius, ao passo que os cineastas reivindicam sua ação política sobre o cosmos; humanos e não-humanos, agindo cosmopoliticamente via cinema. Partiremos da hipótese de que conexões entre imagens e domínios não-visíveis de experiência, nos darão a ver agenciamentos entre os filmes e variados seres “invisíveis”, atravessadores tanto do cinema, quanto do xamanismo Kaiowá, o que nos fornecerá um alargamento político e fenomenológico daquilo que nomeamos imagem. Seriam as ta’anga um mosaico “político” mobilizado entre os Kaiowá e seus outros? Seriam os filmes, montagens “políticas” agenciadas também por não-humanos? No limite, as imagens dos filmes teceriam relações ontológicas com as visões xamânicas?

  • Filipe Brito GamaAno de entrada: 2020

    Título – “A HISTÓRIA DA EXIBIÇÃO CINEMATOGRÁFICA NAS CIDADES DE PETROLINA E JUAZEIRO”

    Resumo – A presente pesquisa propõe uma investigação histórica acerca da exibição cinematográfica em Petrolina e Juazeiro, buscando perceber as mudanças sofridas no mercado exibidor local, compreender quais os agentes que fizeram parte dessa história e as possíveis relações com o circuito exibidor regional e nacional. Essas cidades, que ficam na fronteira entre os estados de Pernambuco e da Bahia, e são separadas pelo Rio São Francisco e conectadas por uma ponte, e hoje constituem um importante centro econômico do interior do Nordeste, além de se estabelecerem como centros urbanos fundamentais para economia do semiárido brasileiro. Porém, há poucas informações sobre a história das atividades culturais na região, incluindo a trajetória das experiências voltadas a exibição cinematográfica, tanto comercial quanto não comercial. A partir da pesquisa documental e dos relatos dos indivíduos que fizeram parte dessa história, este projeto busca dissertar sobre a história da exibição local em articulação com as transformações urbanas ocorridas no Polo de Petrolina e Juazeiro e as mudanças no cenário da exibição no Brasil.

  • Danielle dos Santos BorgesAno de entrada: 2020

    Título – “Economia Política do Cinema e Estudos Culturais: um estudo de audiência em filmes da Netflix”

    Resumo – Este projeto tem como proposta um estudo empírico de audiência de filmes disponíveis na Netflix a partir de uma abordagem marxista das ideias da Economia Política do Cinema e dos Estudos Culturais. A partir de entrevistas realizadas com indivíduos de diferentes grupos sociais após assistirem dois filmes diferentes, segundo sua proximidade ou não com a narrativa clássica hollywoodiana, pretende-se verificar como os modos de produção e de circulação dos filmes interferem na percepção do público sobre eles, segundo suas condições sociais e econômicas, suas experiências e práticas culturais, podendo inclusive condicionar suas escolhas e seus hábitos, num movimento cíclico de legitimação dos valores de uma classe dominante.

  • Vanessa Maria RodriguesAno de entrada: 2019

    Título – “Arquivos Nahim Miana: representações da memória em filmes de família”

    Resumo – A intenção é investigar o arquivo de filmes de família e amador de Nahim Miana. São cerca de 30 latas de películas em 16 mm e 8 mm, hoje depositadas na Funalfa, instituição pública responsável pela política cultural de Juiz de Fora (MG). Nas imagens em 16 mm, realizadas em Minas e no Rio de Janeiro entre as décadas de 1940 e 1950, é possível identificar festas de aniversário, batizado, casamento, primeiros passos de bebê, almoços, celebrações de Natal, viagens e outros hábitos cotidianos dos membros da família Miana, além de questões comportamentais, sociais, culturais, econômicas, políticas e de gênero que envolvem toda uma sociedade da época. A parte do acervo em 8 mm ainda não está catalogada e nem disponível à visualização por falta de digitalização e equipamentos para projeção. Pretendemos analisar as características dos arquivos nesses dois suportes e a importância deles como fonte de conhecimento sobre o passado e as transformações ocorridas ao longo do tempo, bem como questões ligadas à memória, preservação do audiovisual, acesso e promoção das imagens preexistentes.

  • Sancler EbertAno de entrada: 2019

    Título – “Darwin, o imitador do belo sexo: as relações entre palco e tela na trajetória do transformista nos cineteatros cariocas (1914-1932)”

    Resumo – Nesta pesquisa refletiremos sobre as relações entre as atrações de palco e tela nos cineteatros cariocas a partir da trajetória de Darwin, o imitador do belo sexo, transformista que fez sucesso nos palcos do Rio de Janeiro entre os anos de 1914 e 1932. Para isso investigaremos a cena cultural da Capital Federal neste período e a presença da travestilidade nos palcos, assim como pesquisaremos a carreira de Darwin, buscando entender como eram suas apresentações, quais eram seus rivais e como se deu a sua participação no filme de Luiz de Barros, “Augusto Annibal quer casar” (1923). Para entendermos com quais públicos o artista interagia e como funcionava a circulação das atrações, iremos mapear e analisar o circuito de cineteatros percorrido por Darwin ao longo dos anos. Finalizando, refletiremos sobre as atrações de palco e filmes que eram programados juntos ao artista, na busca de compreendermos como seus espetáculos eram entendidos pelo público e qual era a lógica por trás da arquitetura das programações.

  • Felipe Davson Pereira da SilvaAno de entrada: 2019

    Título – “Sedentarização, produção e sociabilidade: o cinema no Recife (1909 – 1923)”

    Resumo – O presente trabalho tem como objetivo central analisar a História do Cinema na Cidade do Recife, delimitando o recorte temporal de 1909 a 1923, quando são inauguradas as primeiras salas fixas especificas para exibição de filmes e quando começa o Ciclo do Recife com a produção do filme ficcional Retribuição (1924). Busca-se por meio da pesquisa exploratória  que abarca a análise documental e por meio de uma revisão bibliográfica ( FONSECA, 2002) compreender como se deu a inserção cultural do cinema nesta cidade, filmagens produzidas nesse período, bem como as modificações modernizantes impactaram na vida cotidiana no Recife no começo do século XX, para que se possa apreender de que forma o cinema se entrelaçou nos costumes e hábitos da população recifense. Para problematizar tal apreensão alguns conceitos como Cotidiano através de Lefebvre (1991), Certeau (1994), Modernidade  por meio de  Harvey (1992), Ortiz (1991), Pesavento  (1997) e a relação Cinema-História, por  Ferro (1976), Napolitano (2008), Morettin (2003), Valim (2012) se fazem necessários para  evidenciar tais questionamentos.

  • Andreia de Lima e SilvaAno de entrada: 2019

    Título – “Imaginário e representações culturais no cinema regional: caracterização dos padrões de linguagem e da identidade maranhense nos filmes da saga Muleque té doido!”

    Resumo – Um dos destaques recentes do cinema maranhense de ficção foram os filmes da saga Muleque té doido! do cineasta Erlanes Duarte. O primeiro filme, lançado em 2014, foi um fenômeno cultural local com cerca de 15 mil espectadores nos cinemas, 500 mil cópias vendidas no mercado informal e aproximadamente quatro milhões de visualizações no YouTube. O sucesso levou o diretor a produzir uma sequência de filmes, assim como acontece nas grandes produções hollywoodianas. Muleque té doido 2: a lenda de Dom Sebastião (2016) ficou na 25a posição entre os filmes brasileiros mais vistos naquele ano, de acordo com dados da ANCINE. Já Muleque té doido 3 – mais doido ainda (2019) foi o primeiro da saga a extrapolar a fronteira do Maranhão no quesito exibição, já que o longa também entrou em cartaz em Belém (PA). O quarto e último filme deve ser lançado em 2020. Os filmes desta saga utilizam padrões de referência que dialogam com o cinema hollywoodiano, em termos de roteiro e linguagem fílmica, porém de forma sincrética com referências culturais que passam pela comédia produzida na televisão brasileira e, principalmente, por elementos da cultura maranhense, como modos de falar e lendas populares. Nesse sentido, a nossa proposta é caracterizar padrões de linguagem e de identidade em produções cinematográficas regionais a partir da análise e sistematização dos elementos do imaginário e da cultura maranhense utilizados nos filmes da saga Muleque té doido!. O presente estudo também permitirá a produção de conhecimento acerca do cinema maranhense de longas-metragens de ficção – campo de estudo quase inexplorado academicamente.

  • Mili Bursztyn de Oliveira SantosAno de entrada: 2018

    Título – “Documentário e Testemunho: fala, escuta e tecitura”

    Resumo – O presente projeto de doutorado discute o papel do testemunho no documentário contemporâneo de viés autobiográfico para a elaboração de traumas históricos. Para isso, propõem-se uma abordagem do trauma sob três perspectivas: a histórica, a clínica e a poética. Será realizado um levantamento de documentários que atendam aos requisitos para compor o corpus fílmico da pesquisa. Em um primeiro momento identificou-se os filmes Fleurette (Portugal, 2002) de Sérgio Tréfaut, Diário de uma busca (Brasil/França, 2011) de Flávia Castro, Não é um filme caseiro (Bélgica/França, 2015) de Chantal Akerman e Allende meu avô Allende (Chile/México, 2015) de Marcia Tambutti Allende como possíveis objetos para proceder à análise fílmica. Por meio de uma abordagem estética das obras, a pesquisa aprofundará o estudo sobre como a fala do personagem se constrói em relação à escuta do cineasta, quando estes possuem laços de parentesco. Para isso, serão consideradas as principais estratégias de filmagem e montagem adotadas por cada cineasta. Desta forma, objetiva-se discutir questões como o problema ético da representação do trauma, o impacto das políticas de memória no contexto contemporâneo, a relação de complementaridade entre lembrar e esquecer e a função do silêncio enquanto estratégia de resistência. Trata-se de investigar como o cinema documentário contribui para a elaboração de memórias recalcadas, provocando na sociedade debates públicos necessários, ainda que dolorosos.

    Palavras-chave: Documentário; testemunho; memória

  • Luciana Cao PonsoAno de entrada: 2018

    Título – “O que a tela autoriza a dança: Um salto desde o cine-dança em direção ao fenômeno Passinho”.

    Resumo – Tomando o movimento como a principal interface entre dança e cinema, o estudo aqui proposto busca investigar como a relação corpo-câmera vai fixar-se em produções cinematográficas relevantes, atravessar o século XX fazendo surgir a linguagem da videodança, para chegar ao século XXI extremando essa relação com a imagem digital. A presença ostensiva da dança na tela pode constituir-se como parte da história, das teorias e das práticas das duas artes, fazendo alterar os dois campos em um caminho sem volta no que diz respeito a corpo, composição, tempo e espaço. A expressão “Dançar o impossível é aqui usada para designar o que a tela autoriza a dança: da câmera revolucionária de Busby Berkeley, do perfeccionismo de Fred Astaire e do experimentalismo de Maya Deren até as produções de videodança e os recentes fenômenos surgidos através da internet como o Passinho. Desse modo, a pesquisa pretende levantar questões sobre as aproximações e distanciamentos entre as épocas a partir da constatação de que o cinema modificou a relação do homem com o seu corpo e com a noção de espaço e tempo. Por fim, aponta para a possibilidade de identificar através de obras audiovisuais, videográficas e digitais, lugares onde a dança pode se reinventar.

  • Lilian Soares Pinto de Souza RibeiroAno de entrada: 2018

    Título – “Publicidade: a estratégia de apresentar os filmes ao longo do tempo”.

    Resumo – A partir do estudo do livro The Art of Selling Movies, de John McElwee, pretendo desenvolver uma pesquisa das formas de divulgação dos filmes no Brasil. O recorde será a década de 60 até os dias de hoje. Importante relacionar o filme, os cartazes e o contexto histórico em que a ação se deu. Complementando, é importante destacar as formas de fazer comunicação e os pontos de contato de cada época. Este ponto, juntamente com o contexto histórico, permite que se compreenda o processo comunicacional de forma ampla: técnicas, estilo de vida, hábitos de lazer, salas de cinema e demais variáveis que se relacionam com o objetivo primário.

  • Eduardo Novelli ValenteAno de entrada: 2018

    Título: “UMA OUTRA VANGUARDA FRANCESA: O CNC, a Unifrance e 70 anos de políticas para manter o cinema francês relevante no cenário mundial do audiovisual”

    A partir de um olhar para a trajetória do CNC (Centro Nacional do Cinema) da França e da Unifrance, entidades com pouco mais e quase 70 anos de existência, respectivamente, busca-se entender e explicitar a centralidade das ações e políticas de Estado na luta pela manutenção da relevância internacional de uma cinematografia, dentro de um contexto mundial de briga por espaço contra uma produção hegemônica internacionalmente (a Hollywoodiana) e face a diferentes contextos nacionais ao redor do mundo.

  • Arthur Medrado Soares AraujoAno de entrada: 2018

    Título: “Intervenção audiovisual e processos subjetivos na escola: estéticas hegemônicas e periféricas de Ouro Preto”

    Resumo – A proposta é investigar as estéticas periféricas/ marginais em contraposição aos modelos hegemônicos na cidade histórica de Ouro Preto por intermédio de intervenções audiovisuais dando continuidade ao trabalho realizado desde 2017, por meio de intervenções com oficinas de vídeo para crianças/ jovens do Bairro Nossa Senhora do Carmo, o Pocinho. Nesse bairro a violência e a repressão (principalmente por parte do polícia, mas também do tráfico de drogas e do machismo) modela os corpos das crianças desde muito cedo e inibe a circulação delas em diversos espaços da cidade. Esse distanciamento também é gerado pelo próprio aparato cultural hegemônico (fomentado na maioria das vezes pelos interesses econômicos vinculados ao turismo). O que fica evidente é o distanciamento da população local aos bens culturais presentes no centro histórico e leva a pensar que a primeira barreira que enfrentam é uma barreira estética. À partir de um trabalho prévio que se apoiou nas noções de mafuádispositivo apresentadas por Cezar Migliorin percebeu-se que as proposições e intervenções realizadas podem suscitar momentos de engajamento dos sujeitos com a própria escola, o bairro e com o grupo. Por isso, uma hipótese desse trabalho é que a continuidade dessa pesquisa a partir da consideração das possibilidades da arte contemporânea que utilizam o vídeo como plataforma (vídeo instalações/cinema expandido) se apropriando do espaço, pode permitir que as experiências vivenciadas se configurem como territórios híbridos educativos também na cidade.

  • Ryan Brandão Barbosa Reinh de AssisAno de entrada: 2017

    Título – “As salas de exibição cinematográfica das periferias parisienses: espaços de sociabilidade na capital francesa”

    Resumo – Objetiva-se, a partir deste projeto, investigar as sociabilidades relacionadas às práticas de exibição cinematográficas ocorridas no contexto das periferias parisienses após a Segunda Guerra Mundial, momento de proliferação das salas nessas regiões. Para tanto, avalia-se o crescimento – e consequente modernização – da capital francesa neste período, devido, sobretudo, à influência dos imigrantes, em especial os de origem norte-africana, que para lá se dirigiam anualmente. Ao povoarem localidades distantes do centro – que, por sua vez, contavam com escassas opções de socialização – busca-se, aqui, compreender as relações estabelecidas entre eles e os espaços de projeção fílmica próximos geograficamente, quando do contato, o que sinaliza, portanto, para uma contínua transformação desses sujeitos no tocante ao modo como enxergam a si e o mundo ao redor.

  • Pedro Vaz PerezAno de entrada: 2017

    Título: “O estilo no cinema de Leon Hirszman: dilemas estético-políticos após o golpe militar”

    Resumo: O objetivo desta pesquisa é investigar o exercício do estilo no cinema de Leon Hirszman produzido entre 1967 a 1972, delineando seus principais conjuntos de procedimentos fílmicos em um momento marcado por uma revisão estética e politica do cineasta após o golpe militar. Buscaremos compreender, a partir das modulações formais e discursivas que atravessam o conjunto de filmes formado por Garota de Ipanema (1967), Nelson Cavaquinho (1969), Sexta-Feira da Paixão, Sábado de Aleluia (1969) e São Bernardo (1972), certa conjunção estilística no cinema brasileiro no período, e buscaremos interpelar as soluções estilísticas e temáticas dos filmes de Leon Hirszman realizados nesta fase, ressaltando de que maneira este cineasta respondeu, com suas obras, às repentinas e agudas mudanças históricas, entre o choque inicial pós-golpe e seus estágios revisionistas. Assim, queremos entender de que maneira seu estilo se desenvolveu com o passar dos anos, e como refletiu a movimentação geológica no terreno do cinema nacional nos pontos de vista estéticos e políticos.

  • Nezi Heverton Campos de OliveiraAno de entrada: 2017

    Título – “Construindo o patrimônio cinematográfico brasileiro: dilemas conceituais e possíveis processos de patrimonialização”

    Resumo – A proposta de pesquisa se propõe a refletir sobre os dilemas que envolvem a definição e a aplicação do conceito de patrimônio ao campo cinematográfico brasileiro. Para tanto, parte de dois pressupostos: o primeiro concebe a historiografia e as cinematecas como os principais agentes dessa operação simbólica de seleção, reconhecimento e preservação de filmes. O segundo considera que a atribuição de valor simbólico a determinados filmes em detrimento de outros é fruto da dialética entre lembranças e esquecimentos de cada momento. A noção de patrimônio será tratada como conceito dinâmico, sujeito a mudanças, sendo fundamental para a compreensão do processo de construção do patrimônio cinematográfico brasileiro a anális e das influências dos movimentos estéticos, das políticas culturais e das relações entre Estado e Sociedade nos diferentes contextos históricos.

  • Nezi Heverton Campos de OliveiraAno de entrada: 2017

    Título – “PATRIMÔNIO CINEMATOGRÁFICO BRASILEIRO: QUESTÕES CONCEITUAIS E POSSÍVEIS FORMAS DE PATRIMONIALIZAÇÃO”

    Resumo: Esse estudo propõe-se a refletir sobre os dilemas que envolvem a aplicação do conceito de patrimônio ao campo cinematográfico brasileiro. Para tanto, parte de dois pressupostos: o primeiro concebe a historiografia e as cinematecas como possíveis agentes dessa operação simbólica de seleção, reconhecimento ou preservação de filmes. O segundo considera que a atribuição de valor simbólico a determinados filmes em detrimento de outros é fruto da dialética entre lembranças e esquecimentos de cada momento histórico.

  • Hermínia Fróes BragançaAno de entrada: 2017

    Título – “Audiovisual e criança, usos, interações e recriações: representação e exclusão”

    Resumo – O projeto “Audiovisual e criança, usos, interações e recriações: representação e exclusão” pretende identificar, através de uma pesquisa de recepção, os usos e apropriações que a criança faz do audiovisual que recebe através de múltiplos dispositivos. O objetivo é analisar as representações, especialmente inclusões e exclusões, apresentadas nestes conteúdos partindo do que é selecionado e apropriado pelas crianças em seus cotidianos.

  • Francieli RebelattoAno de entrada: 2017

    Título – “A fronteira territorial sul da América Latina frente às câmeras: representação da paisagem transnacional no cinema documental periférico”

    Resumo – O presente projeto visa analisar como o cinema documentário periférico – realizado nas e sobre as fronteiras territoriais-, representa/apresenta e plasma na narrativa imagética a fronteira territorial do Estado-nação, elaborando, assim, um possível imaginário de fronteira como paisagem transcultural e consequentemente elaborando marcas de uma narrativa transnacional. Nessa perspectiva, abordo os modos de produção audiovisual transfronteiriços e analiso os discursos estéticos e políticos produzidos no cinema documental periférico por meio da análise de diferentes textos fílmicos. Considero, neste sentido, que é o cinema realizado desde ‘dentro’ destas fronteiras – por cineastas que vivem nas margens do território-, que pretendo abordar neste projeto. Me interessa observar as produções cinematográficas de e sobre as fronteiras latino-americanas nas expressões do seu extremo geográfico sul, por isso, proponho a análise de filmes produzidos por realizadores das fronteiras ao sul do Brasil com Argentina, Paraguai e Uruguai que como migrantes “cruzadores de fronteira” (SILVEIRA, 2005), produzem seus próprios relatos. É importante considerar que o trabalho aqui proposto não ignora a produção cinematográfica realizada pelos grandes centros, que representam o olhar de “fora” da fronteira, tendo o suporte destas imagens para justamente identificar as representações superadas ou reforçadas dentro das próprias fronteiras territoriais. Na perspectiva de análise os textos fílmicos e seus processos de produção desde o olhar do cineasta fronteiriço, abordo minha experiência empírica como realizadora que produz seu primeiro longa-metragem sobre as mulheres na fronteira trinacional entre Argentina, Brasil e Paraguai. No documentário híbrido que estarei dirigindo proponho construir um nanduti – teia de aranha em guarani -, de relatos femininos da fronteira e o processo de realização, a articulação do discurso estético e político será colocado como “corpus” de análise deste projeto.

  • Bruno Sergio Scarpa Monteiro GuedesAno de entrada: 2017

    Título – “Cinema brasileiro e educação: discussão das questões étnico-raciais na escola, a partir da exibição de filmes nacionais”

    Resumo – O projeto de pesquisa busca através da utilização do cinema na escola, discutir, refletir e co – construir versões sobre as questões étnico-raciais com os alunos do projeto cineclube. Para isso, haverá a seleção de filmes nacionais que abordem o referido tema e que especialmente, tenham a presença de atores negros e negras em seus respectivos elencos.

  • Bruno Sergio Scarpa Monteiro GuedesAno de entrada: 2017

    Título – “A PRESENÇA DO CINEMA EM ESCOLAS LOCALIZADAS NAS FAVELAS: POTENCIALIZANDO VOZES E OLHARES SOBRE AS QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS, SOB O VIÉS DA ARTE”

    Resumo:  A nossa pesquisa buscar refletir sobre a presença e a prática do cinema na escola pública, priorizando os olhares para a representatividade de negros e negras em curtas e longas da cinematografia nacional. Para tanto buscamos diante do nosso tema central percorrer por quatro eixos temáticos que acreditamos ser indispensáveis a nossa pesquisa: Território, raça, gênero e Cinema-educação. O vislumbramento da discussão da presença do cinema como arte em escolas públicas localizadas em favelas do Rio de Janeiro – Complexo da Pedreira e Acari – posiciona aqui nesta pesquisa o “outro” como protagonista da sua própria história. Nesse sentido, as escolas públicas, as favelas e os sujeitos pertencentes a estes espaços sociais serão os elementos primordiais que conduzirão os temas e as discussões proposta por esta pesquisa.

  • Anderson Luis Ribeiro MoreiraAno de entrada: 2017

    Título – “Batman-pobre: apropriações da cultura pop global no audiovisual brasileiro contemporâneo”

    Resumo – O presente projeto pretende investigar de que modo o conteúdo pop global, aqui entendido como aquele produzido pela cultural de massa e indústria cultural, é apropriado pela produção audiovisual brasileira contemporânea, não só em relação aos filmes exibidos no circuito comercial e de festivais, como também aquela produção audiovisual disponível nas redes. Partindo da tradição cinematográfica brasileira, em especial do cinema marginal e da chanchada, procuraremos traçar um paralelo possível com as características encontráveis nos filmes contemporâneos. E, para além disso, também faremos uma atualização das estratégias apropriadoras do audiovisual brasileiro, necessária na medida em que a tradição antropofágica pode ecoar de forma distinta no atual contexto histórico e político, indicando outros processos de resistência.