Notícias
-
25, de José Celso Martinez Correa e Celso Lucas, no Cine IACS
Terça-feira, 8 de outubro, 16h
Como parte das atividades do início do semestre 2024.2, o filme 25, realizado por José Celso Martinez Corrêa e Celso Lucas em Moçambique, será exibido no Cine IACS na terça-feira, 8/10, às 16h. Em seguida, haverá um debate sobre o filme, com a presença do professor Marcelo Ribeiro, da UFBA, atualmente em estágio pós-doutoral junto ao PPGCine-UFF, sob a supervisão da professora Lúcia Ramos Monteiro.
Produzido no período de exílio de Celso Luccas e José Celso Martinez Corrêa, no contexto da ditadura que governou o Brasil de 1964 até 1985, 25 é o segundo filme dos diretores, na sequência do curta-metragem O Parto (1975), e se tornou uma das primeiras produções do Instituto Nacional de Cinema moçambicano. 25 reconstitui a história do colonialismo português e da independência moçambicana por meio da combinação entre registro direto e remontagem de diversos materiais de arquivo, criando encruzilhadas cosmopoéticas.
O professor e pesquisador Marcelo Ribeiro (UFBA) iniciou em agosto um estágio pós-doutoral no PPGCine da UFF, sob a supervisão de Lucia Ramos Monteiro, com foco no filme 25 (1977), de José Celso Martinez Corrêa e Celso Luccas. Como parte das atividades do pós-doutorado, o filme será exibido no dia 8 de outubro de 2024, às 16h, na Sala de Cinema do Novo IACS, Campus do Gragoatá, UFF, seguido de uma fala e debate com Marcelo.
25 pode ser considerado um exemplo contundente das frequentes experiências transnacionais e transculturais que marcam a emergência dos cinemas africanos. Produzido pelo Teatro Oficina (renomeado como Oficina Samba de 1973 a 1979), no período de exílio de Celso Luccas e Zé Celso, no contexto da ditadura que governou o Brasil de 1964 até 1985, 25 é o segundo filme dos diretores, na sequência do curta-metragem O Parto (1975), e se tornou uma das primeiras produções do Instituto Nacional de Cinema moçambicano, no início do governo de Samora Machel, que aparece como uma das figuras mais importantes do filme. Combinando registros diretos do que os realizadores chamavam de “festa” e “anti-festa” da independência de Moçambique e uma série heterogênea de materiais de arquivo, como trechos de cinejornais, registros da televisão portuguesa, filmes coloniais de ficção e canções associadas à luta anticolonial ou a histórias de resistência em diferentes contextos históricos, 25 aborda a história do colonialismo português e da independência moçambicana por meio de um movimento em espiral através de diversas encruzilhadas cosmopoéticas – como aquela em que Samora Machel aparece sob a canção “Zumbi”, de Jorge Ben Jor – que é preciso compreender em toda a sua complexidade.
A pesquisa remonta à Mesa Arquivos e Descolonização e à participação de Marcelo Ribeiro no recém-realizado I Seminário Internacional Arquivo e Contra-Arquivo (https://youtu.be/OuyLd9vaJkI?si=mNaYf-tO9Zmqeeyx&t=2340.