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Corpo Discente – Doutorado

Apresentamos as pesquisas desenvolvidas no Doutorado do Programa de Pós-graduação em Cinema – PPGCine para as duas Linhas.

L1Narrativas e Estéticas

  • Roger Gomes GhilAno de entrada: 2024

    Orientadora: Profa. Dra. Lúcia Ramos Monteiro

    Título – “ESPIRITUALIDADE ANTICOLONIAL: fantasmagoria e opacidade no cinema de Apichatpong Weerasethakul”

    Resumo: A partir dos filmes Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives (Tailândia, 2010) e Cemetery of Splendour (Tailândia, 2015) do diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul, investigaremos como a agência de uma fantasmagoria no contexto necropolítico e epistemicída (MBEMBE, 2018) Tailandês, revela e intersecciona opacidades (GLISSANT, 2018), responsáveis pela produção de uma espiritualidade anticolonial, através do desenvolvimento de intimidades interespecíficas e interexistenciais, dentro de espaços perecíveis de liberdade (BRASILEIRO, 2021) que são construídos nessas narrativas fílmicas. Entenderemos como os tipos de espíritos das práticas sagradas tradicionais tailandesas se movimentam politicamente para afirmar a existência, os desejos e os gestos (FERREIRA DA SILVA, 2019) das personagens de Weerasethakul.

  • Rafael Saar da CostaAno de entrada: 2024

    Orientadores: Prof. Dr. Maurício de Bragança

    Título – “A VOZ DO ENSAIO: o protagonismo da voz cantada, falada e o silêncio no programa Ensaio ou MPB Especial de Fernando Faro”

    Resumo: O projeto propõe uma pesquisa sobre o programa Ensaio ou MPB Especial, realizado por Fernando Faro para a TV Tupi entre os anos de 1969 e 1972, e para a TV Cultura entre os anos de 1972 e 1975, e posteriormente entre 1990 e 2016. Com características estéticas e narrativas próprias em um formato que atravessou décadas, Ensaio alia música e depoimentos, construindo um acervo grandioso da memória da música popular brasileira.

  • Liliane Mutti Reis SouzaAno de entrada: 2024

    Orientadora: Profa. Dra. Lúcia Ramos Monteiro

    Título – “OS CINEMAS BRASILEIROS DO SEGUNDO EXÍLIO: uma comunidade transcultural na França?”

    Resumo: Como pensar a ideia de nação diante dos cinemas realizados por brasileiros fora do Brasil ou a partir de redes de solidariedade transnacionais criadas no período de 2017 a 2022, quando o país viveu a suspensão de políticas públicas para a cultura, com o fechamento do Ministério da Cultura – MinC? A pesquisa proposta busca investigar como os realizadores e realizadoras brasileiros/as atravessaram esse período e qual o papel dos entre-lugares, como os festivais de cinema da França, para que os cinemas brasileiros se mantivessem vivos e, ainda, em que medida os filmes produzidos durante a extinção do MinC no Brasil foram contaminados pelo momento político do país.

  • João Cláudio Simões de OliveiraAno de entrada: 2024

    Orientadora: Profa. Dra. Elianne Ivo Barroso

    Título – “TELAS SEM BORDAS: o espectador enquanto montador de obras audiovisuais imersivas”

    Resumo: Como contar histórias em telas que não possuem bordas? Através de análise de teorias e de trabalhos audiovisuais em realidades expandidas (extended reality, ou XR), onde incluímos vídeo 360°, realidade virtual, realidade aumentada e outros, a proposta de Tese de Doutorado irá investigar a nova relação de espetorialidade que surge em trabalhos ditos “imersivos”, com a transformação do público, do usuário, em montador final da obra. A pesquisa também alia uma proposta de trabalho prático de obra audiovisual expandida.

  • Monica Rodrigues KlemzAno de entrada: 2023

    Orientadora: Profa. Dra. Elianne Ivo Barroso

    Título – “CONTRACARTOGRAFIA URBANA, POLÍTICA E SOCIOCULTURAL: MAIS DO QUE UMA ESTÉTICA”

    Resumo: A cartografia se alinha à necessidade do homem de dar direção e sentido à sua vida. De se situar. O conhecimento de um território passa a ser utilizado como um saber-poder gerador de estratégias, de expansão de fronteiras e de dominação. A contracartografia surge como questionadora dessa forma hegemônica de utilização do mapa, tanto do ponto de vista político, social, econômico, como da relação dos mapas com os fluxos que se dão em um determinado território, seja pela sua invisibilização, seja pela sua homogeneização. Com o início da urbanização, no final do século XIX , surge a necessidade, por parte de alguns artistas, de expressão e representação do vivido e do concebido, através de uma arte que se utilize desses símbolos de poder, para com essas ferramentas, trazer reflexão, tornar visível o que o mapa, algumas vezes, omite. Giselle Beiguelman reflete sobre quais informações são percebidas quando se está sobre uma cidade, na videoarte CGH-SDU: Homenagem à mínima informação, 2010. Peter Aerschmann, em 64m2, 2016, traça, em um mesmo espaço, a Praça Vermelha, em Moscou, impossível de ser identificada e as não-relações entre personagens de espaços outros, construindo uma cartografia às avessas, com um movimento em looping dos que ali se encontram. São muitas as camadas de subjetividade, mas principalmente, uma crítica à globalização. Ursula Biemann traça uma metacartografia no site Geobodies (2022) que contém o trabalho audiovisual realizado com os fluxos humanos migratórios, com as práticas extrativistas através da cartografia que ela constrói, de aproximações e distanciamentos, com diversos elementos e que refletem uma determinada geopolítica. Para esses artistas, as cartas construídas nos seus trabalhos, mais do que uma estética, oferecem um testemunho e uma denúncia.

  • Yanara Cavalcanti GalvãoAno de entrada: 2023

    Orientadora: Profa. Dra. Marina Cavalcanti Tedesco

    Título – “Políticas e processos criativos do cinema independente brasileiro contemporâneo por cineastas mulheres: uma experiência localizada”

    Resumo: O projeto proposto visa contribuir para a pesquisa sobre o cinema independente contemporâneo brasileiro com foco em uma realização fílmica documental marcada por diferentes modos de produção e pela perspectiva de cineastas mulheres. Para tanto, centramo-nos na experiência de Pernambuco com o objetivo, para além das obras materializadas, de investigar os processos criativos de feitura dos filmes, articulando-os com as políticas impulsionadoras do desenvolvimento da cadeia produtiva do audiovisual local. Nesse sentido, este estudo também estará alinhado às políticas de auto-organização do setor cinematográfico, que situaremos no contexto das micropolíticas, assim como das políticas públicas fomentadas/incentivadas pelo Estado, nas instâncias estadual e federal, as quais trataremos na dimensão da macropolítica. Essa pesquisa parte da hipótese central, que a perspectiva de gênero na sua intersecção com marcadores sociais, tais como raça, etnia, classe, território, desestabiliza modos tradicionais de narrar, produzir, ver e experimentar o cinema, problematizando os domínios e saberes de nossas sociedades modernas/ coloniais, e, consequentemente, funda/ propõe outros regimes de visibilidade. O corpus provisório da pesquisa inclui as obras FotogÁfrica (Tila Chitunda, 2016), Nome de Batismo – Alice (Tila Chitunda, 2017), Nome de Batismo – Frances (Tila Chitunda, 2019) Tempo Circular (Graci Guarani, 2018), Thynia (Lia Letícia, 2019), Agora (Dea Ferraz, 2020), O Bem Virá (Uilma Queiroz, 2022).

  • Rodrigo Correa da FonsecaAno de entrada: 2023

    Orientadora: Profa. Dra. India Mara Martins

    Título – “Uma aprendizagem de desaprender: É possível pensar uma pedagogia da presença no audiovisual?”

    Resumo: Este trabalho tem por objetivo apresentar uma proposta de investigação acerca de uma capacidade da presença em oferecer-se como uma pedagogia do sensível no cinema contemporâneo. Tomando os pensamentos de Hans Ulrich Gumbrecht acerca dos estudos de presença, e também de uma contemporaneidade marcada, ao mesmo tempo, por uma exclusão do corpo e um desejo de recuperar esse corpo perdido, nossa proposta buscará demonstrar como um certo modo de fazer cinema contemporâneo, marcado por uma intensa sensorialidade e um apelo ao corpo, oferece-se ao espectador, não pelo sentido,mas através do corpo e do sensível, como uma reconfiguração do estar o mundo.

  • Brener Neves SilvaAno de entrada: 2023

    Orientadora: Profa. Dra. India Mara Martins

    Título – “NARRATIVAS DO SUL-GLOBAL: A CONSTRUÇÃO DE UMA ATMOSFERA CINEMATOGRÁFICA NOS FILMES-RITUAIS KAYAPÓ DA ÚLTIMA DÉCADA”

    Resumo: Este projeto de pesquisa pretende investigar as filmagens de rituais realizadas pelos cineastas Mebêngôkre-Kayapó, do Pará, nos últimos dez anos (2012-2022), a fim de compreender a construção de uma atmosfera cinematográfica particular. Para compreender este aspecto discute-se a prática dos filmes-rituais a partir das cosmologias próprias da sociedade Mebêngôkre, ou seja, dos entendimentos de mundo e modos de viver. Parte-se da hipótese de que esses filmes vêm desenvolvendo uma atmosfera cosmológica acerca das imagens e sons, especialmente em aspectos espaço-temporais, que são incididos diretamente pelas suas crenças, mitologias e agências humanas e não-humanas. Por outro lado, ao realizar esses filmes, a cosmologia parece agir tanto sobre o ritual quanto sobre o filme-ritual. Considerando as pesquisas sobre atmosfera cinematográfica e filmes-rituais ao longo dos anos, acredita-se que este estudo possa promover novas reflexões acerca deste aspecto no cinema indígena brasileiro ao propor uma rearticulação ontológica da atmosfera.

  • Alexandre Pfeiffer FernandesAno de entrada: 2023

    Orientador: Prof. Dr. Fernando Morais da Costa

    Título – “A música orquestral no cinema brasileiro: uma análise das trilhas sonoras de Remo Usai, Ivan Lins e Alexandre Guerra”

    Resumo: A orquestra vem desempenhando um papel importante na cultura ocidental, especialmente na composição de música erudita e de música para filmes. A presente pesquisa tem como principais objetivos investigar de que forma a música orquestral vem se desenvolvendo nas décadas de 1960, 1990 e 2010 no campo do cinema brasileiro e como esse tipo de instrumentação vem sendo usada por compositores de trilha sonora para dar o suporte necessário à narrativa dos filmes. Para tal, será analisada a música de três filmes brasileiros: O assalto ao trem pagador (1962) de Roberto Farias com música de Remo Usai, Dois Córregos (1998) de Carlos Reichenbach com música de Ivan Lins e O Tempo e o Vento (2013) de Jayme Monjardim com música de Alexandre Guerra. Essa análise terá como referencial teórico as classificações sobre as diversas funções da música para filmes sugeridas por Wingstedt (2005) e os princípios básicos a respeito da relação entre música e a narrativa no cinema clássico propostos por por Gorbman (1987). Além dessa análise e da revisão bibliográfica sobre o assunto, serão realizadas entrevistas com compositores e pessoas relacionadas com as trilhas sonoras mencionadas, com o objetivo de recolher informações a respeito do processo criativo dos compositores, sua relação com os diretores e sobre como a tecnologia vem influenciando o processo de criação da música para o cinema.

  • Tadeu Barbuto BousadaAno de entrada: 2023

    Orientadora: Profa. Dra. Mariana Baltar

    Título – “CIDADE-ARMÁRIO NO CINEMA: A experiência queer no espaço urbano brasileiro”

    Resumo: Este estudo pretende investigar como a expressão cidade-armário, a ser discutida e aprimorada durante a tese, se desdobra no cinema contemporâneo brasileiro, a partir das políticas de representação que ilustram a experiência de corpos queer nos principais centros urbanos do nosso país. Em um primeiro momento, se faz necessário posicionar o termo de acordo com as estruturas de pensamento que abordam não somente os efeitos contraditórios dos dispositivos de controle e vigilância na vida pública e privada de corpos dissidentes, mas a criatividade desses indivíduos para construir possibilidades de afirmação no espaço. Por conseguinte, também será de extrema importância contextualizar o cinema queer nacional, sobretudo, em seu estágio de produção mais recente, onde as narrativas do gênero abordam a relação corpo/cidade sob a ótica e subjetividade das identidades marcadas por sexualidades e culturas sociais não hegemônicas. A Seita (2015, André Antônio), Tinta Bruta (2018, Filipe Matzembacher e Márcio Reolon) e Meu nome é Bagdá (2020, Caru Alves de Souza) foram os filmes selecionados para fins de análise com o objetivo de observar essa disposição das cidades pela subversão ética e estética de seus personagens, enfatizando-se o trabalho da direção de arte na composição visual de utopias, distopias e heterotopias urbanas.

  • Maria Gabriela CapperAno de entrada: 2022

    Orientadora: Profa. Dra. Elianne Ivo Barroso

    Título – “O audiovisual na infância expandido aos campos da educação, da arte e das subjetivações”

    Resumo: Esta pesquisa pretende investigar a prática do cinema e do audiovisual na infância e as tensões entre os paradigmas da indústria cinematográfica e as experiências com audiovisual situadas em um espaço mais experimental. Para averiguar e demarcar essas tensões, interessa criar um mapeamento de experiências de grupos de crianças e jovens com o cinema e o audiovisual e colocar tais experiências em diálogos com os pensamentos de Alain Bergala (2008), Gilles Deleuze (1985, 1998) , Georges Didi-Huberman (2014), Fernand Deligny (2016), Giorgio Agamben (2007, 2008, 2009) e Sergei Eisenstein (1990, 2002, 2004), entre outros, sobre a arte e o cinema. De um modo geral, o cinema está presente nas escolas de maneira limitada e, por vezes, instrumentalizada, servindo unicamente como ferramenta de apoio aos processos de ensino. Como ampliar a presença do cinema e do audiovisual como arte nas escolas?
    Como tornar possível que crianças e jovens operem, fruindo e criando, com o cinema e o audiovisual em um devir cinema-infância? O que pode surgir nesse entre o cinema e a infância? É o que se pretende descobrir nessa trajetória de experiências, investigações e pesquisas sobre imagens, sons, edição e montagem cinematográfica, que intencionam deflagrar operações audiovisuais imaginativas e inventivas em um devir cinema-infância, em que os gestos cinematográficos das crianças se façam próprios e singulares.

  • Manuela Bezerra Gouveia de AndradeAno de entrada: 2022

    Orientadora: Profa. Dra. Karla Holanda

    Título – “O pesadelo colonial no cinema latino-americano sob a ótica feminina: As narrativas das mulheres ameríndias e brancas enquanto agentes epistemológicos”

    Resumo: O estudo tem como objetivo a partir de um escopo de análise focado em filmes que tematizam o colonialismo, seja através de narrativas que se debruçam em momentos históricos seculares ou que pautem a remanescência de herdeiros contemporâneos desses territórios usurpados, dedicar-se a uma análise de obras de mulheres que falam de pontos de partida distintos: tanto mulheres brancas como mulheres indígenas de diferentes países de Abya Ayla. A pesquisa se dedicará ao estudo das narrativas fílmicas no intuito de esmiuçar como as diretoras tecem questões como o tempo e o território. O corpus dessa investigação é composto pelas obras: Tio Yim (2019) da zapoteca Luna Máran, Mala Junta (2016) da mapuche Claudia Huaquimila, Nũhũ yãg mũ yõg hãm:
    essa terra é nossa (2020) de Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Carolina Canguçu, Jacinto Maxakali, Alexandre Maxakali e Roberto Romero, Luz nos trópicos (2020) da colombiano-brasileira Paula Gaitán e El Verano de los peces voladores (2014) da chilena Marcela Said. Os contextos históricos de produção, distribuição e recepção crítica dos respectivos trabalhos também serão esmiuçados. A pesquisa terá como base conceitual, prioritariamente, autores pós-estruturalistas e decoloniais e se dedicará a flexionar conceitos como o regresso de futuro de Aníbal Quijano, a decolonialidade do tempo de Julieta Paredes, o perspectivismo ameríndio de Viveiros de Castro, a Nova História de Marc Ferro, a epistemologia nativa de Célia Xakriabá e a descolonização do inconsciente de Suely Rolnik. Tal aporte teórico e metodologia funcionarão como instrumento para tentar identificar possíveis epistemologias inauguradas pelos filmes ao
    tratar desse pesadelo colonial.

  • Ismael Soares MachadoAno de entrada: 2022

    Orientadora: Profa. Dra. India Mara Martins

    Título – “Memória aprisionada, vozes libertadas: sussurros e gritos de indígenas, camponeses (as) e soldados na Guerrilha do Araguaia.”

    Resumo: O presente projeto de pesquisa pretende analisar, a partir da investigação sobre a construção de roteiros e montagens cinematográficas, a elaboração de uma memória coletiva de camponeses e camponesas, soldados de baixa patente e indígenas aikewara-suruí que estiveram envolvidos no episódio histórico de resistência armada conhecido como a Guerrilha do Araguaia, na região amazônica, ocorrido na década de 1970 e deflagrado pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) em plena ditadura civil-militar, tomando como fonte de pesquisa três longas documentários: “Araguaia, Campo Sagrado” (2011); “Soldados do Araguaia” (2017) e “Aikewara” (2017). A partir das narrativas de personagens elencados como protagonistas nas três obras cinematográficas, discutem-se questões como a memória coletiva, o silenciamento de vozes sob censura, repressão e tortura, trauma e a possibilidade de o cinema apresentar-se como um instrumento de resgate da memória individual e coletiva por sua capacidade de trabalhar com as representações de importantes momentos da história, a partir de dispositivos narrativos como roteiro e montagem.

  • Breno Henrique de Almeida RochaAno de entrada: 2022

    Orientadora: Profa. Dra. Mariana Baltar

    Título – “Estéticas negras no curta metragem: A inscrição e constituição das relações raciais no cinema brasileiro contemporâneo.”

    Resumo: Este projeto de pesquisa se propõe a investigar as relações de raça que são mobilizadas por imagens negras no cinema brasileiro contemporâneo. Para tal, proponho a análise fílmica de curtas metragens ficcionais e híbridos escritos, dirigidos e protagonizados por sujeitos(as) negros(as). A partir de uma multiplicidade temática, estética e narrativa nos interessa perceber com a materialidade das imagens e as pulsões engendradas pelo cinema, os modos como realizadores(as) negros(as) elaboram através do audiovisual a complexa e estruturante experiência de racialização presente e fundante na configuração
    da sociedade brasileira. Elencamos os seguintes filmes para compor o corpus desta pesquisa: Deus (2016), de Vinicius Silva; Pele Suja Minha Carne (2016) de Bruno Ribeiro; Nada (2017) de Gabriel Martins; Travessia (2017) de Safira Moreira; Experimentando o vermelho em dilúvio (2016) de Michelle Mattiuzzi; Egum (2020) de Yuri Costa; Irun Orí (2020) de Juh Almeida; Filhas de Lavadeiras (2019) de Edileuza Penha de Souza; Movimento (2020) de Gabriel Martins; Nascente (2020) de Safira Moreira; Bonde (2019) de Asaph Lucas; Looping (2019) de Maick Hannder; Filha Natural (2019) de Aline Motta e Uma Noite Sem Lua (2020) de Castiel Vitorino Brasileiro. Apostando em uma metodologia comparatista interessada nas semelhanças, dissensos, fraternidades e fronteiras, procuramos constelar e aproximar os filmes propostos no corpus deste projeto de estudos, desejando esquadrinhar e aprofundar a reflexão, o pensamento crítico e o entendimento das epistemologias pretas no âmbito das imagens.

  • Rosália de Oliveira FigueirêdoAno de entrada: 2020

    Orientadora: Profa. Dra. Karla Holanda

    Título – “O PROTAGONISMO PERIFÉRICO NO PROGRAMA DE TELEVISÃO PERI, DA TV UNIVERSITÁRIA DA UFRN: NARRATIVAS AUDIOVISUIAIS COMO PRÁTICAS CUTURAIS NA RESSIGNIFICAÇÃO DESSES TERRITÓRIOS”

    Resumo – O Projeto de pesquisa traz o Programa Peri, produzido em 2018 pela TV Universitária da UFRN, como norteador de uma nova estética audiovisual para televisão, visto que o mesmo tem formato ainda inédito no seguimento televisivo, e com isso, coloca a periferia em seu lugar de fala, sendo ela mesma, a protagonista de sua própria representatividade sociocultural.

  • Breno Mota AlvarengaAno de entrada: 2020

    Orientador: Prof. Dr. Fernando Morais da Costa

    Título – “ATMOSFERAS SONORAS DE NOSTALGIA: O som do cinema como elemento visual”

    Resumo – O presente projeto pretende investigar a consolidação de atmosferas no cinema, indagando de que forma o fazer audiovisual é capaz de instaurar a sensação de nostalgia por meio da linguagem cinematográfica, dando especial atenção ao som do cinema. A partir da metodologia de constelações fílmicas, procura-se cotejar atos autobiográficos nos documentários brasileiros contemporâneos. Levando em consideração o desejo do nostálgico em presentificar o passado, propõe-se investigar nessas narrativas com escritas de si se uma aparente não-correspondência entre imagem visual e imagem sonora possibilita tal sobreposição temporal, instigando o espectador a visualizar mentalmente imagens virtuais de lembranças.

  • Lívia Maria Gonçalves CabreraAno de entrada: 2020

    Orientadora: Profa. Dra. Marina Cavalcanti Tedesco

    Título – “A CONSTITUIÇÃO DA BRASIL VITA FILME: A formação de um empresariado nacional entre o modelo studio system, o projeto governamental para o cinema e o diferencial brasileiro.”

    Resumo – O projeto de pesquisa tem como proposta realizar pesquisa sobre o processo de criação da Brasil Vita Filme, empresa presidida por Carmen Santos, fundada em 1934, e pouco estudada pela historiografia do cinema brasileiro. As características do seu sistema de produção, as escolhas estéticas e econômicas feitas em meio ao contexto social, político e cultural brasileiro serão o eixo central. Como a empresa e sua proprietária realizaram a mediação entre o discurso em defesa da cinematografia brasileira em contraste com a realidade da prática e os obstáculos mercadológicos.

  • Marcio Gabriel da SilvaAno de entrada: 2019

    Orientadora: Profa. Dra. Mariana Baltar

    Título – “Ecos das Identidades Pretas: o discurso afetivo do negro no documentário brasileiro”

    Resumo – A pesquisa para este projeto de doutorado tem como objetivo analisar a dimensão afetiva como estrutura estética, discursiva e política no cinema documentário brasileiro, realizado por afrodescendentes na hipermodernidade. Esta investigação busca oferecer base teórica para futuros pesquisadores e aprofundar o debate sobre a centralidade do corpo negro no audiovisual, a partir de uma análise arqueológica das obras, as quais através do afeto apresentam as identidades pretas. O trabalho busca compreender como se formam os discursos afetivos gestados na intimidade e como essa dimensão afetiva interage em determinado cotidiano, “familiar” ao documentarista e às personagens, que juntos constroem a estética dos filmes. Esses são guiados por dinâmicas sociais que atingem o corpo de quem realiza o documentário, do filmado e do espectador, que se põe numa estreita relação com o corpo da obra cinematográfica. Todo esse processo na formação discursiva, teoricamente, gera um pacto de intimidade entre múltiplas individualidades, que juntas, a partir de atrações mútuas, reivindicam a visibilidade social do negro no cinema e na sociedade.

L2Histórias e Políticas

  • Nuno Camilo Balduce LindosoAno de entrada: 2024

    Orientador: Prof. Dr. Reinaldo Cardenuto Filho

    Título – “UM REBELDE NA INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA SOVIÉTICA: uma análise da trajetória de Boris Barnet a partir de seus filmes.”

    Resumo: Esse projeto de pesquisa visa analisar a evolução estética e narrativa nos filmes do diretor Boris Barnet (1902-1965) de forma a compreender como, ao longo da carreira, o realizador russo-soviético combinou de maneira eficiente e criativa o melodrama com a propaganda do regime socialista, estabelecendo marcas autorais em suas obras, num contexto de forte censura e controle da produção nos estúdios de cinema da URSS na primeira metade do século XX. A hipótese é que as escolhas estéticas e narrativas de seus filmes, revelam um realizador que foi capaz de se adaptar e trabalhar de maneira criativa e habilidosa nas fronteiras entre a encomenda estatal e autonomia artística, se moldando de acordo com as demandas e regras impostas pelo campo cinematográfico de cada época em que trabalhou e ressaltando traços individuais em seus filmes mesmo num sistema de estúdios rígido no controle ideológico e criativo. Iniciando a carreira como ator na era do cinema silencioso e tendo sido aluno do Lev Kuleshov, Barnet produziu boa parte de seus filmes durante o regime de Joseph Stálin (1927-1953), período de grande repressão política e de controle sobre as obras artísticas. Porém, ao contrário dos musicais escapistas e propagandísticos de Ivan Pyryev e Grigori Aleksandrov ou dramas históricos “ideologicamente corretos” de Mikhail Romm, seus filmes se diferenciam e se destacam na medida em que o diretor se apropria de maneira criativa do melodrama, estabelecendo um humanismo e individualidade em seus personagens, sem deixar de propagar o regime soviético, levando a ter admiradores no ocidente como Henri Langlois, Claude Beylie e João Bénard da Costa, e ter sido referência para a geração de diretores soviéticos do pós-stalinismo como Andrei Tarkovsky, Marlen Khutsiev e Otar Iosseliani.

  • Marco Dreer BuarqueAno de entrada: 2024

    Orientador: Prof. Dr. Fabián Rodrigo Magioli Núñez

    Título – “COLEÇÃO LUIZ HEITOR CORRÊA DE AZEVEDO: preservação audiovisual e repatriação de um acervo etnográfico”

    Resumo: Fundador do Centro de Pesquisas Folclóricas do então Instituto Nacional de Música, Luiz Heitor Corrêa de Azevedo realizou na década de 1940 uma série de viagens etnográficas com a finalidade de registrar repertórios musicais brasileiros. Sua coleção é composta por 311 discos em acetato gravados nos estados de Goiás (1942), Ceará (1943), Minas Gerais (1944) e Rio Grande do Sul (1946), além de películas cinematográficas, registradas somente em Goiás, que estariam perdidas. O projeto, de caráter teórico-prático, tem por meta a preservação e a digitalização desse acervo, a prospecção das películas visando sua possível localização, além do registro em vídeo do material supostamente perdido, como forma de reconduzi-lo às comunidades de origem.

  • Gabriel Linhares FalcãoAno de entrada: 2024

    Orientador: Prof. Dr. Wilson Oliveira Filho

    Título – “A PREEMINÊNCIA DO ATOR NA CRÍTICA FRANCESA: Macmahonismo, Diagonale e La Lettre du Cinéma; da política dos autores a política dos atores e atrizes.”

    Resumo: Este projeto busca mapear três gerações de críticos-realizadores franceses que defendiam a centralidade do ator como principal objetivo da mise-en-scène clássica. A partir dos macmahonianos, grupo Diagonale e relacionados a La Lettre du Cinéma, documentamos a passagem da política dos autores as políticas dos atores e atrizes.

  • Fernanda Eda Paz LeiteAno de entrada: 2024

    Orientador: Prof. Dr. Douglas Mosar Morais Resende

    Título – “FRESTAS PARA O SENSÍVEL: dispositivos para experimentação nos territórios híbridos entre documentário, fotografia e arte contemporânea”

    Resumo: Este projeto pretende investigar dispositivos que desencadeiem processos de experimentação com documentário, fotografia e arte contemporânea em contextos colaborativos, como a escola. Estes dispositivos operariam como aberturas, criando frestas, espaços para experiências sensoriais que transcendem os limites tradicionais da representação visual, pensando a fotografia e o documentário expandidos, hibridizados, contaminados, nos quais podemos ter interferências de outras linguagens herdadas das artes visuais como a pintura, a colagem, a performance, a instalação, a dança. A metodologia do Inventar com a diferença (ID), idealizada por Cezar Migliorin, e o trabalho do cineasta e artista plástico mineiro Cao Guimarães e da artista plástica portuguesa Helena Almeida são inspirações e pontos de partida para este projeto. A pesquisa buscará pensar politicamente a construção e negociação do fazer juntos, na tentativa de viabilizar o compartilhamento de desejos e saberes que não se encerrem na linguagem clássica do documentário ou da fotografia, pensando o sujeito para além de um mero funcionário do aparelho técnico (Flusser, 2002). A ideia é que, na relação, possamos ampliar um inventário de dispositivos que atuem como portais para uma experimentação expandida no campo da imagem.

  • Daniela Corrêa Siqueira Ano de entrada: 2024

    Orientador: Prof. Dr. Cezar Migliorin

    Título – “CINEMA DE GRUPO COM PROFESSORES: subjetividades, imagens e escritas”

    Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar a relação entre imagens, processos subjetivos e escrita, nas práticas de cinema de grupo com professores, investigando especificamente os processos criativos desencadeados pela pedagogia do dispositivo e pelos atravessamentos artísticos, pedagógicos e clínicos com os quais o grupo se depara no decorrer dos encontros e para além deles.

  • Bernardo SchmittAno de entrada: 2024

    Orientador: Prof. Dr. Rafael de Luna Freire

    Título – “AS PRIMEIRAS SALAS DE CINEMA EM SANTA CATARINA: legados das exibições itinerantes entre 1909 e 1945”

    Resumo: Este projeto de pesquisa pretende investigar as primeiras salas de cinema no estado de Santa Catarina, partindo de uma perspectiva teórico-metodológica ligada a New Cinema History e as histórias de cinemas, procurando estabelecer quais as continuidades e descontinuidades que este sistema exibidor teve com os trabalhos de exibidores ambulantes que o precederam. Para tanto, será necessária extensa pesquisa em arquivos, buscando revelar as relações que estas salas tiveram com os sistemas de distribuição cinematográfica preexistentes, bem como as relações destas exibições – suas programações e práticas específicas – com aspectos culturais próprios do estado, em particular a imigração alemã, entendendo o cinema e a sala de cinema enquanto local privilegiado da vida cultural e social de uma comunidade.

  • Lucio Lugão de MacedoAno de entrada: 2023

    Orientadora: Profa. Dra. Eliany Salvatierra Machado

    Título – “Roteiro cinematográfico em Libras: Uma proposta visual para produção com crianças surdas.”

    Resumo: O presente projeto de pesquisa visa aprofundar conhecimentos sobre características de roteiro produzido em língua Brasileira de Sinais, investigando a existência de roteiros produzidos em língua de sinais, no Brasil e em outros países onde atores e atrizes surdos têm participação no cinema/televisão e discutindo a relevância de se pensar em estratégias visuais para a criação/apresentação de roteiros, principalmente para atores e atrizes mirins. O número de pesquisas atuais que se dedicam ao tema é insipiente, sendo ainda mais escassas as que se dedicam ao tema considerando as que existem sobre roteiro de libras regionais. O objetivo principal desta pesquisa é, considerando estudos bibliográficos sobre o tema, entender critérios que embasam as atuais produções audiovisuais com atores e atrizes surdas, em relação a criação e apresentação de roteiro. Além disso, perceber se há variações nas produções audiovisuais com atores e atrizes surdos em diferentes países e fazer um registro das propostas de roteiros – se são em língua orais ou de sinais. Para tal, os objetivos específicos da pesquisa são: favorecer estudos sobre roteiro em LIBRAS; analisar performances desenvolvidas por crianças surdas atores/atrizes com estratégias diferenciadas
    de roteiro. Para realizar esta pesquisa, pretende-se fazer uma revisão bibliográfica sobre o assunto, pensar e propor formas de coletar, registrar e analisar dados sobre o uso da Libras e propor uma pesquisa de campo com foco audiovisual na análise entre roteiro em língua oral e roteiro em língua de sinais. Pretende-se com esta pesquisa fortalecer o acesso a materiais audiovisuais, fortalecer a participação da comunidade surda na produção de materiais e, também, ampliar as discussões sobre as diferentes linguagens e o acesso a bens culturais e educacionais por parte de crianças da comunidade surda.

  • Tiago Bravo Pinheiro de Freitas QuintesAno de entrada: 2023

    Orientador: Prof. Dr. Rafael de Luna Freire

    Título – “A trajetória da Empresa Rockert pelo Sudeste do Brasil: uma análise das suas variadas estratégias de exibição”

    Resumo: A presente pesquisa busca analisar os empreendimentos cinematográficos que envolviam um ou mais membros da família Rockert, radicados em sua maioria em Campos dos Goytacazes (RJ), durante os primórdios do ramo da exibição cinematográfica. A principal figura da família no ramo é Arthur Rockert, empresário que ficaria conhecido como “o introdutor do cinema em Campos”. Entre 1899 e 1909 os empreendimentos dos Rockert, além da região Norte-Fluminense, abrangeram empreitadas aos estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, alcançando, dessa forma, todos os estados da região Sudeste do Brasil. A Empresa Rockert é uma definição para este trabalho que busca compreender todos os empreendimentos, com diferentes sociedades e nomenclaturas, em que os Rockert se envolveram, tanto como exibidores ambulantes, como na criação de espaços fixos de exibição. Suas atuações, principalmente por cidades do interior de uma região que, no início do século XX, possuía grande suporte financeiro, de locomoção e de comunicações, pode ajudar a entender as estratégias e rumo dos negócios cinematográficos em um período de mudanças no mercado e interseções nas práticas de exibição.

  • Adriano da Costa BidãoAno de entrada: 2023

    Orientador: Prof. Dr. Fabián Rodrigo Magioli Núñez

    Título – “Os meios de transporte no cinema brasileiro: veículos de mobilidade como elementos de territorialidade, afetos e subjetivação no espaço fílmico”

    Resumo: A relação entre o cinema e os meios de transportes pode ser analisada se tomarmos 1895, como o marco da história mundial do cinema, ano no qual os irmãos Lumière exibiram para um público presente no Grand Café em Paris, ‘A chegada do trem na estação’. Podemos perceber que nesse “primeiro cinema” – como definiu o historiador estadunidense, Tom Gunning – que o aparelho denominado cinematógrafo era uma consequência da modernidade, cujo os avanços tecnológicos estavam em pleno desenvolvimento para atender as demandas das metrópoles industrializadas. O trem que aparece chegando na estação da cidade de La Ciota é um elemento urbano que contextualiza este momento. Nos anos seguintes, para além de 1895, cineastas já utilizavam carros, barcas e o próprio trem para dar movimento às câmeras. As primeiras imagens da Baía de Guanabara filmadas pelo italiano Affonso Segreto, no dia 19 de junho de 1898, tornaram-se responsáveis pelo dia do cinema brasileiro. Dessa forma é possível afirmar que os meios de transporte assumiram um importante papel no campo experimental cinematográfico com o intuito de produzir um efeito estético. No entanto, o presente trabalho pretende pesquisar os meios de transportes no  cinema brasileiro, como elementos cênicos importantes dentro das narrativas, na construção simbólica e imagética das cidades. Analisando filmes acredita-se chegar ao objetivo que é identificar onde, como e porque os meios de transportes são apresentados ao espectador. Desta maneira possibilitará a criação de categorias conceituais, fundamentando-se em estudos teóricos sobre cinema e cidades. Assim, um carro, barco, ônibus dentre outros, serão pensados muito além de despretensiosos objetos e ambientes de cena.

  • Tainá Carvalho Ottoni de MenezesAno de entrada: 2022

    Orientador: Prof. Dr. Fabián Rodrigo Magioli Núñez

    Título –  “Noticiero ICAIC Latinoamericano: percursos e resistência dos arquivos de um cinema à margem.”

    RESUMO: A coleção dos arquivos do Noticiero ICAIC Latinoamericano (NIL) – o cinejornal da Revolução Cubana, destaca-se prontamente por sua amplitude. Foram 1.493 edições realizadas, semanalmente, de 1960 a 1990. Durante 30 anos, as equipes do Noticiero ICAIC documentaram a evolução do socialismo dentro e fora da ilha, reuniram imagens de arquivo de outros países sobre importantes temas da atualidade mundial para reutilizá-las em suas edições, com marcado conteúdo de propaganda política, em um cinema radical, audacioso e inovador. Com o intuito de romper com os códigos formais imperialistas, os realizadores e técnicos do NIL desenvolvem uma série de dispositivos estético-discursivos. Dentre tais dispositivos, destaca-se uma inusitada articulação na montagem de imagens heterogêneas, provenientes de diversas fontes, com um potente trabalho de edição de som, e a utilização de músicas com grande força expressiva e que faziam parte da estrutura dos filmes. Desta maneira, o NIL constitui um acervo da maior importância, tanto do ponto de vista político, histórico e sociológico (CHANNAN, 1980; PRIOSTE, 2014), como de uma perspectiva cinematográfica: artística e técnica. (ARRAY, 1983; BUSTOS; 2011; LABAKI, 1994, MENEZES, 2019). A singularidade e o valor dessa coleção, seriamente ameaçada pelos clássicos problemas de conservação de filmes em climas tropicais, depois de quase 30 anos de crise econômica, a transformou em alvo de diversas iniciativas de salvaguarda e divulgação: a retomada de arquivos do NIL no documentário Memória Cubana (2009); a inscrição no Registro da Memória do Mundo da UNESCO (2009); a restauração e digitalização dos arquivos do NIL pelo Institut National de l’Audiovisuel (INA); e a recente pesquisa coletiva organizada pela Sorbonne Université (2020 – 2021), são ações que demonstram o valor desses filmes propagandísticos, deixados à margem pelos manuais e críticos de cinema. Em vista disto, a pesquisa traça e indaga os percursos que levaram a coleção do Noticiero ICAIC Latinoamericano a sobreviver e reemergir no espaço publico internacional.

  • Rafael Garcia Madalen EirasAno de entrada: 2022

    Orientador: Prof. Dr. Reinaldo Cardenuto Filho

    Título – “Do Quilombo para as estrelas: Dois filmes entre o cinema pós-moderno brasileiro na obra de Cacá Diegues.”

    RESUMO: Este projeto de pesquisa propõe a investigação de dois filmes subsequentes do diretor Carlos Diegues, Quilombo (1984) e Um trem para as estrelas (1987), com o objetivo de perceber a passagem para um breve momento na historiografia do cinema nacional denominado de pós-moderno. Uma análise que se propõe a romper com um raciocínio linear que privilegia uma clássica visão dicotômica de rupturas e evoluções constantes na história do cinema. Uma investigação historiográfica como uma arqueologia das mídias, proposta do autor Thomas Elsaesser, em uma abordagem Foucaultiana que privilegia as continuidades e descontinuidades numa desconstrução da causalidade linear. Propondo a tese de que os filmes apresentam, no momento que emerge esse cinema pós-moderno nacional, diversos significados que se hegemonizam pela emergência de uma mudança política, do abandono aparente de um estado autoritário para uma democracia neoliberal. Muito mais um complexo processo político do que uma lógica linear de progressão histórica. Portanto, uma abordagem metodológica se apresenta: entender o filme como um documento histórico que permita perceber as características inerentes ao tempo em que é produzido; como também um discurso estético, propondo uma direção investigativa da obra através das propriedades básicas do material fílmico e suas implicações práticas.

  • Mariana Lucas SetubalAno de entrada: 2022

    Orientador: Prof. Dr. Reinaldo Cardenuto Filho

    Título – “GENEALOGIA DA IMAGEM DO PROGRESSO NA AMAZÔNIA: Uma trajetória através do cinema brasileiro”

    Resumo: A fim de observar a modernidade através do colonialismo, e o colonialismo através da modernidade, o presente projeto de pesquisa almeja mapear a forma como o cinema brasileiro representou ao longo do último século as principais empreitadas econômicas na região amazônica, do ciclo da borracha ao colapso contemporâneo, passando pelo desenvolvimentismo do regime militar. Utilizando como fio condutor as imagens do progresso que nele se expressam e que ele ajudou a construir.

  • Alisson Oliveira Soares de SantanaAno de entrada: 2022

    Orientadora: Profa. Dra. Talitha Ferraz

    Título – “Cinema e Imaginários sociais: memórias das salas de exibições em Feira de Santana, Bahia (1970-2000)”

    Resumo – O projeto desta pesquisa apresenta uma proposta de análise histórico-historiográfica do cinema enquanto lugar da experiência social e da produção de memórias. No intuito de pensar inferências que possibilitem apreendê-lo dentro do fenômeno urbano, vinculado também a ideia de uma experiência sensorial da cidade, busca-se pensar as salas de exibições de Feira de Santana, Bahia, entre 1970 e 2000 a partir da memória do seu público e das representações que foram feitas desses espaços. Para isto, a pesquisa se dispõe a investigar as memórias das duas salas de exibições que se estabeleciam na cidade nesse período: o Cine Timbira e o Cine Íris. Além de explorar suas memórias, busca-se compreender também o desaparecimento dessas salas mediante aos novos processos urbanos da cidade, bem como a transição para um novo sistema de exibição (multiplex).

  • Silvio Pirôpo Da-rinAno de entrada: 2022

    Orientador: Prof. Dr. Luiz Augusto Coimbra de Rezende Filho

    Título – “Tensões, desafios e paradoxos que emergem quando o eu se faz imagem – auto enunciação no documentário brasileiro”

    Resumo: A pesquisa aborda uma modalidade específica do documentário auto enunciativo: a investigação da memória familiar. Inicialmente vou demarcar o período histórico da ditadura de 1964/85; para em seguida efetuar uma análise comparativa de três documentários por meios dos quais as realizadoras promovem um rastreamento do relacionamento com seus pais, que estiveram envolvidos na luta contra o regime militar: Fico te devendo uma carta do Brasil, de Carol Benjamin (2019), Diário de uma busca, de Flávia Castro (2011) e Os dias com ele, de Maria Clara Escobar (2013).

  • Viviane de Carvalho CidAno de entrada: 2020

    Orientador: Prof. Dr. Cezar Migliorin

    Título – “Cinema de grupo com professores: quando o cinema conjuga o cuidar”

    Resumo – A presente pesquisa se propõe a investigar a presença do cinema nas produções subjetivas dos professores que são atravessadas pela experiência de grupo desencadeada pela pedagogia do dispositivo. O cinema aproxima-se da prática clínica, devido às suas potencialidades de provocar deslocamentos do eu e a criação de um comum por onde podem germinar outros modos de ser e de viver a educação para além das modelizações impostas.

  • Marcel Gonnet WainmayerAno de entrada: 2020

    Orientador: Prof. Dr. Reinaldo Cardenuto Filho

    Título – “AMADOR, ARTESÃO, DIRETOR: Figuras do realizador e metáforas sobre o cinema artesanal no documentário digital argentino (2007-2015)”

    Resumo – O projeto de pesquisa propõe abordar leituras e conceitos relacionados ao “cinema artesanal”, ao “cinema amador” e a outras noções sobre modos de produção por fora dos mecanismos industriais, para aplicá-las na análise de três documentários de baixo orçamento da produção argentina da última década que tematizam o próprio trabalho de produção audiovisual, num jogo de espelhos que permite identificar distintas figuras e metáforas sobre a experiência da realização cinematográfica.

  • Luís Henrique Marques RibeiroAno de entrada: 2020

    Orientador: Prof. Dr. Maurício de Bragança

    Título – “Representações de raça e suas relações com a memória em Kleber Mendonça Filho: a ausência como presença em narrativas do cinema brasileiro contemporâneo”

    Resumo – O projeto pretende analisar as representações de raça e suas relações com a memória e o espaço narrativo no cinema brasileiro contemporâneo. Para isso teremos como corpus principal os três longas do diretor Kleber Mendonça Filho; e como corpus secundário, a escolha de sete filmes brasileiros, como maneira de estabelecer um panorama de outras possibilidades no tratamento da temática racial. Com a pesquisa, espera-se compreender de que maneira as representações raciais no cinema são articuladas enquanto discurso e objeto da cultura, a partir do uso da memória e do espaço narrativo, tendo em vista a maneira de aparecimento do tema racial, descolada da narrativa principal, nos filmes do diretor pernambucano.

  • Iulik Lomba de FariasAno de entrada: 2020

    Orientador: Prof. Dr. Cezar Migliorin

    Título – “AS IMAGENS NUNCA MORREM: Cinema Kaiowá e Cosmopolítica no Mato Grosso do Sul”

    Resumo – O projeto de pesquisa aqui apresentado, vislumbra analisar a produção fílmica dos cineastas Kaiowá da ASCURI (Associação Cultural de Realizadores Indígenas de Mato Grosso do Sul), a fim de investigar as redes de relação cosmopolíticas mobilizadas entre os filmes, e determinadas categorias cosmológicas de alteridade que habitam o multiverso de nossos interlocutores. O que os Kaiowá chamam ta`anga e nós traduzimos “imagem”, está agenciado a uma série de seres não-humanos invisíveis, os quais afetam as imagens, e são também afetados por elas. Reflexos, espíritos, porcos, xamãs e imagens, são evocados em conexões com tamanduás gigantes, cobras-com-cabeça-de-cachorro e sereias, que reivindicam sua ação política sobre o socius, ao passo que os cineastas reivindicam sua ação política sobre o cosmos; humanos e não-humanos, agindo cosmopoliticamente via cinema. Partiremos da hipótese de que conexões entre imagens e domínios não-visíveis de experiência, nos darão a ver agenciamentos entre os filmes e variados seres “invisíveis”, atravessadores tanto do cinema, quanto do xamanismo Kaiowá, o que nos fornecerá um alargamento político e fenomenológico daquilo que nomeamos imagem. Seriam as ta’anga um mosaico “político” mobilizado entre os Kaiowá e seus outros? Seriam os filmes, montagens “políticas” agenciadas também por não-humanos? No limite, as imagens dos filmes teceriam relações ontológicas com as visões xamânicas?

  • Filipe Brito GamaAno de entrada: 2020

    Orientador: Prof. Dr. Rafael de Luna Freire

    Título – “A HISTÓRIA DA EXIBIÇÃO CINEMATOGRÁFICA NAS CIDADES DE PETROLINA E JUAZEIRO”

    Resumo – A presente pesquisa propõe uma investigação histórica acerca da exibição cinematográfica em Petrolina e Juazeiro, buscando perceber as mudanças sofridas no mercado exibidor local, compreender quais os agentes que fizeram parte dessa história e as possíveis relações com o circuito exibidor regional e nacional. Essas cidades, que ficam na fronteira entre os estados de Pernambuco e da Bahia, e são separadas pelo Rio São Francisco e conectadas por uma ponte, e hoje constituem um importante centro econômico do interior do Nordeste, além de se estabelecerem como centros urbanos fundamentais para economia do semiárido brasileiro. Porém, há poucas informações sobre a história das atividades culturais na região, incluindo a trajetória das experiências voltadas a exibição cinematográfica, tanto comercial quanto não comercial. A partir da pesquisa documental e dos relatos dos indivíduos que fizeram parte dessa história, este projeto busca dissertar sobre a história da exibição local em articulação com as transformações urbanas ocorridas no Polo de Petrolina e Juazeiro e as mudanças no cenário da exibição no Brasil.

  • Danielle dos Santos BorgesAno de entrada: 2020

    Orientadora: Profa. Dra. Eliany Salvatierra Machado

    Título – “Economia Política do Cinema e Estudos Culturais: um estudo de audiência em filmes da Netflix”

    Resumo – Este projeto tem como proposta um estudo empírico de audiência de filmes disponíveis na Netflix a partir de uma abordagem marxista das ideias da Economia Política do Cinema e dos Estudos Culturais. A partir de entrevistas realizadas com indivíduos de diferentes grupos sociais após assistirem dois filmes diferentes, segundo sua proximidade ou não com a narrativa clássica hollywoodiana, pretende-se verificar como os modos de produção e de circulação dos filmes interferem na percepção do público sobre eles, segundo suas condições sociais e econômicas, suas experiências e práticas culturais, podendo inclusive condicionar suas escolhas e seus hábitos, num movimento cíclico de legitimação dos valores de uma classe dominante.

  • Sancler EbertAno de entrada: 2019

    Orientadora: Profa. Dra. Talitha Ferraz

    Título – “Darwin, o imitador do belo sexo: as relações entre palco e tela na trajetória do transformista nos cineteatros cariocas (1914-1932)”

    Resumo – Nesta pesquisa refletiremos sobre as relações entre as atrações de palco e tela nos cineteatros cariocas a partir da trajetória de Darwin, o imitador do belo sexo, transformista que fez sucesso nos palcos do Rio de Janeiro entre os anos de 1914 e 1932. Para isso investigaremos a cena cultural da Capital Federal neste período e a presença da travestilidade nos palcos, assim como pesquisaremos a carreira de Darwin, buscando entender como eram suas apresentações, quais eram seus rivais e como se deu a sua participação no filme de Luiz de Barros, “Augusto Annibal quer casar” (1923). Para entendermos com quais públicos o artista interagia e como funcionava a circulação das atrações, iremos mapear e analisar o circuito de cineteatros percorrido por Darwin ao longo dos anos. Finalizando, refletiremos sobre as atrações de palco e filmes que eram programados juntos ao artista, na busca de compreendermos como seus espetáculos eram entendidos pelo público e qual era a lógica por trás da arquitetura das programações.

  • Felipe Davson Pereira da SilvaAno de entrada: 2019

    Título – “Sedentarização, produção e sociabilidade: o cinema no Recife (1909 – 1923)”

    Resumo – O presente trabalho tem como objetivo central analisar a História do Cinema na Cidade do Recife, delimitando o recorte temporal de 1909 a 1923, quando são inauguradas as primeiras salas fixas especificas para exibição de filmes e quando começa o Ciclo do Recife com a produção do filme ficcional Retribuição (1924). Busca-se por meio da pesquisa exploratória  que abarca a análise documental e por meio de uma revisão bibliográfica ( FONSECA, 2002) compreender como se deu a inserção cultural do cinema nesta cidade, filmagens produzidas nesse período, bem como as modificações modernizantes impactaram na vida cotidiana no Recife no começo do século XX, para que se possa apreender de que forma o cinema se entrelaçou nos costumes e hábitos da população recifense. Para problematizar tal apreensão alguns conceitos como Cotidiano através de Lefebvre (1991), Certeau (1994), Modernidade  por meio de  Harvey (1992), Ortiz (1991), Pesavento  (1997) e a relação Cinema-História, por  Ferro (1976), Napolitano (2008), Morettin (2003), Valim (2012) se fazem necessários para  evidenciar tais questionamentos.

  • Maria Eugênia Duarte Cunha FreitasAno de entrada: 2019

    Orientador: Prof. Dr. Fabián Rodrigo Magioli Núñez

    Título – “ÓDIO, (VIOLÊNCIA) E RECONCILIAÇÃO: o Genocídio de Ruanda nos filmes de ficção e sua recepção no Brasil”

    Resumo: A pesquisa aqui proposta visa estudar a representação do genocídio, vista pelo viés de filmes de ficção sobre o genocídio ruandês que aconteceu em 1994. O estudo abordará quatro pontos principais: a viabilidade de representação de violências extremas como o genocídio, a midiatização de filmes ficcionais sobre o genocídio, a análise semiótica dessa produção em relação ao contexto do subcontinente africano negro e principalmente, como a cultura do ódio, a violência e reconciliação são abordados nessas obras e contextos. A memória traumática produzida por eventos dessa natureza institui uma tensão entre inscrição e apagamento na história, provocando a disputa e a representação da categoria genocídio, não só através dos filmes, mas também de sua circulação, particularmente em festivais de cinema. Uma verificação dessa dialética se dará através dos filmes 100 Days (Nick Hughes, 2001), Hotel Ruanda (Terry George, 2004), La Nuit de la Vérité (Fanta Régina Nacro, 2004), Abril sangrento (Raoul Peck, 2005), Kinyarwanda (Alrick Brown, 2011), Imbabai: the pardon (Joel Karekezi, 2013) e Os pássaros estão cantando em Kigali (Krzysztof Krauze e Joanna Kos-Krauze, 2017), percebendo-se uma formulação problemática em grande parte emanada de centros de poder distantes do espaço da tragédia e a representação em grande parte dessa produção apoiando-se no binômio: vítima-perpetrador da violência. Visa-se ainda estudar neste trabalho, a recepção destes filmes no Brasil. Sem negligenciar a recepção das narrativas no contexto africano, pretende-se, contudo, priorizar como o público ocidental percebe as categorias ódio, violência e reconciliação e até que ponto ele é capaz de pensar essa violência fora do binômio acima mencionado e fora de seu contexto imediato.

  • Ryan Brandão Barbosa Reinh de AssisAno de entrada: 2017

    Orientador: Prof. Dr. João Luiz Vieira

    Título – “As salas de exibição cinematográfica das periferias parisienses: espaços de sociabilidade na capital francesa”

    Resumo – Objetiva-se, a partir deste projeto, investigar as sociabilidades relacionadas às práticas de exibição cinematográficas ocorridas no contexto das periferias parisienses após a Segunda Guerra Mundial, momento de proliferação das salas nessas regiões. Para tanto, avalia-se o crescimento – e consequente modernização – da capital francesa neste período, devido, sobretudo, à influência dos imigrantes, em especial os de origem norte-africana, que para lá se dirigiam anualmente. Ao povoarem localidades distantes do centro – que, por sua vez, contavam com escassas opções de socialização – busca-se, aqui, compreender as relações estabelecidas entre eles e os espaços de projeção fílmica próximos geograficamente, quando do contato, o que sinaliza, portanto, para uma contínua transformação desses sujeitos no tocante ao modo como enxergam a si e o mundo ao redor.